Sixty-seven

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⚠️: Esse capítulo contém mais de uma narração.

Escrevi ouvindo: É Tu - Almar, a versão acústica. Coloca aí no fone!

Juliana
Dia seguinte

Me remexo na cama com os olhos ainda fechados, e não sinto o Gabriel do meu lado. Abro os olhos o vendo sair do banheiro.

— Já tá acordado? Que horas são?

— 7 da manhã.

— Tá ansioso? — olho para ele que acena com a cabeça — A gente tem que sair às 8 — me sento na cama — bom dia, pretinho.

— Bom dia, pretinha — se aproxima e me dá um selinho.

Faço a minha higiene e vou para a cozinha. Sei que deixaram algumas coisas para o café da manhã. Chego vendo o Gabriel colocando a mesa.

— Meu Deus. Tá inquieto mesmo.

— Cara, não consigo parar de pensar nisso. Eu vou ver meu filho, pô — solta uma risada e passa a mão na barba.

— Ou filha — me sento na banqueta — tô morrendo de fome.

— Isso já é normal.

— Agora é por dois. Respeitinho com a sua esposa e mãe do seu filho, tá? — falo em tom de brincadeira.

— Sou o homem mais feliz desse planeta — me abraça e me dá vários selinhos.

— E eu sou a mulher mais feliz — sorrio. As olheiras evidenciam que o Gabriel mal dormiu. Passo a mão em seu cabelo ajeitando alguns cachinhos — A gente tem que tomar café logo.

Colocamos as malas no porta-mala do carro e entramos. Coloco o cinto e ligo o GPS colocando o endereço da clínica.

— Relaxa, pretinho — faço um carinho na mão dele que está repousada na minha perna — Tá mais ansioso que eu.

— Pior que tô — me olha de canto enquanto dirige.

— Good vibe, nos tá vivendo a melhor fase — cantarolo a música que toca — mas tô achando bonitinho te ver assim — faço um carinho na nuca dele — vai ser um babão.

— Pô, muito.

Não tem nenhuma paciente no consultório, entramos direto na sala da médica. Solto uma risada baixinha olhando o semblante do Gabriel, todo nervoso.

A doutora faz algumas perguntas. Na semana passada vim aqui para retirar o diu e conversarmos um pouco, então algumas coisas ela já sabe.

— Vamos ver esse neném? — se levanta e nos guia para outra parte do consultório — Ju, é só deitar aqui. Gabriel, cê pode ficar a vontade, tá?

Ele fica em pé do meu lado. Segura a minha mão esquerda e com o polegar faz um carinho. Nos dois nos olhamos, ambos nervosos.

— Cê realmente está com 6 semanas, creio que 6 e 3 dias. Aqui o saco gestacional, e tão vendo essa coisinha aqui… é o neném de vocês — continua mexendo — Vamos tentar ouvir o coraçãozinho — aperto a mão do Gabriel e respiro fundo — cês tem caso de gêmeos na família?

— Não — respondemos juntos.

— Hum, cês tão vendo aqui? — faz uma pausa — Aqui é outro neném — sorri.

Por alguns segundos nenhum de nós falamos nada. Um completo silêncio. Meu cérebro demora a processar a informação.

Dois, meu Deus. Dois bebês.

Meu sonho - Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora