Sixty-five

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️: Preparem os lenços e coloquem "Amor puro" - Djavan.
Escrevi escutando essa música

Se vocês comentarem muito
solto outro ainda hoje!

Juliana
× Dias depois (29/12)

— Amiga, tô pronta. Bora — Larissa diz saindo do quarto. Marcamos de fazermos a unhas hoje.

— Amém. Espero que não esteja um trânsito daqueles — me levanto e paro.

— O que foi? — coloca a mão nas minhas costas — pelo amor de Deus, se tiver passando mal, a gente fica aqui.

— Fiquei um pouco tonta… só isso — Respiro fundo. Cara, poucas vezes na vida fiquei assim.

— Certeza? — aceno com a cabeça.

Salão em shopping não dá certo.

Fizemos as unhas e resolvemos dar uma volta. Para resumir, comprei uma calça, um tênis e produtos de maquiagens. E a Larissa comprou dois vestidos.

Pegamos dois hambúrgueres do McDonald's. Me bateu uma vontade doida e eu estava com muita fome.

Chego e subo direto para o quarto. Coloco uma série. Nos últimos dias eu tô cansada. Muita coisa acontecendo.

— Oi, dona preguiça — o Gabriel fala.

— Não consegue mais ficar nessa casa sem que eu esteja do lado, né? — solto uma risadinha enquanto ele se deita.

— Hurum — passa a barba no meu pescoço e beija meu ombro — tá cansada?

— Cansei mermo. E dona preguiça é o caramba, não sou preguiçosa, é culpa do meu signo — soltei uma risada e ele também.

— Amo que você nem acredita, mas vira e mexe joga a culpa nele.

Acordo e não vejo o Gabriel do meu lado. Nem sei quando peguei no sono. Pego meu celular vendo que passam das 10h. Eu não dormir, eu hibernei.

Faço minha higiene. Só que tem uma coisa martelando na minha cabeça. Pego meu celular, mando mensagem para a Larissa e dou um toque para ela ver.

— Bom dia, pretinho — falo assim que desço.

— Dormiu, hein? — dou um selinho — bom dia, preta. Vai sair?

— Vou na Lari, tá bom? Daqui a pouco eu tô de volta.

— Tá bom.

Parece que demora uma vida para chegar. Nem as músicas me acalmam. Perto de ter um colapso.

— Bom dia, Juju!

— Não sei se tem bom dia hoje — vou andando até chegar ao quarto e me sento — tô pra surtar.

— O que foi?

Foi tanta coisa. Coisas que eu só guardei para mim, não sei por onde que eu começo.

— Começo por onde? — pergunto — tô sentindo umas coisas e eu tô preocupada, e eu tô com medo e... — falo rápido.

— Calma. Cê tá sentindo o quê?

— Tô… acho que eu tô… — não consigo completar a frase.

— Grávida? — indaga.

— Eu não posso — me levanto — eu não posso. De novo não — sussurro andando pelo quarto — Coloquei diu não tem 3 meses.

— É difícil, mas pode sair só lugar, né? — parece pensar — cê falou de novo?

Eu paro. Passo a mão no rosto e parece que eu vou desmoronar de novo. Encaro o chão.

Meu sonho - Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora