Thirty

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⚠️ Gatilho: crise de ansiedade

Gabriel

Sabia. Desde que aconteceu toda essa merda eu tive certeza que alguém envenenou ela contra mim. E eu ainda vou descobrir quem.

Ela encara o chão e não me responde. Ela tem dúvida. Passo a mão no rosto e me aproximo.

— Juliana, nenhum deles causam essa sensação que eu te causo — seguro levemente nos braços dela — Isso aqui é real pra caralho.

— Seu ego é impressionante. Não tenha tanta certeza Gabriel — um sorriso de canto aparece no rosto dela, mas eu sei que ela tá mentindo.

Minha vontade é resolver essa situação na cama. Pensa com a cabeça de cima, Gabriel. Vocês precisam conversar agora.

— Você já fez merda. Pode voltar lá pra dentro e pegar quem você quiser!

— Eu? — bato minhas mãos na lateral do meu corpo visivelmente irritado — Você não me escuta Juliana. E você tá falando isso, mas tava quase ficando com meu colega de equipe.

— Não fui que falei "te espero" — Revira os olhos. Acabo lembrando dela fazendo o mesmo embaixo de mim, então preciso olhar para o lado e coçar a garganta.

— Será que tem como me escutar? — ela pisca devagar e assente — Aquela foto foi tirada no começo do ano. O Papato tinha ela. Eu liguei pra perguntar, ele disse que tinham invadido o iCloud do celular há uns dias. Um cara até tentou descobrir o IP de quem invadiu e não conseguiu. Tenho certeza que quem invadiu pegou essa foto pra me ferrar.

— Gabi — a voz sai embargada — eu queria acreditar. Eu juro — as lágrimas escorrem pelo rosto dela — mas parece que eu não consigo. Na minha cabeça, eu vou ser uma burra se eu fizer isso — antes que ela fale mais alguma coisa eu abraço.

Cara, ela tá tremendo tanto. Não é frio. Me abraça tão forte. A respiração é funda e descompassada.

Sei que é crise de ansiedade. Já lidei com a Dhiovanna em crises. Só que não é a minha irmã aqui, não faço ideia se vou conseguir ajudar ela.

— Calma, respira. Senta aqui na cadeira - ela nega com a cabeça — Eu não vou te deixar sozinha — beijo o topo da cabeça dela — Cê tá tremendo pretinha. Senta.

Ela me solta, me olha por alguns segundos. Os olhos estão vermelhos e a pontinha do nariz também. Nem com cara de choro fica feia.

Se senta. As mãos agora apertam as coxas. Eu me ajoelho na frente dela.

— Eu... eu não queria — o choro parece aumentar enquanto eu falo — te deixar assim.

— Me deixa sozinha — enxuga as lágrimas — só você vai me querer, só você vai me aguentar, porque sou uma... — a voz sai completamente trêmula e antes que ela concluísse a frase a Larissa abre a porta.

— Ei, o que aconteceu? — se abaixa do meu lado — Gabi, pega um pouco de água pra ela.

Me levanto um pouco atônito e adentro a festa para fazer o que a Larissa pediu. Na minha cabeça tem um grande ponto de interrogação. Tento imaginar o final da frase e o porquê a Juliana falou aquilo.

Meu sonho - Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora