Forty-three

3.7K 187 113
                                    

Gabriel
CT Ninho o Urubu - (13/06)

— Qual foi Gabi? Tá quietão — O David se aproxima perguntando. Com ele vem o Everton, o Filipe e o Matheuzinho. O treino acabou, estamos nos arrumando para ir embora.

— Isso aí deve ser briga com a mulher — o Everton fala.

— Que nada. Tô mó bem com a minha mulher. É que — passo a mão no rosto — a Juliana tá recebendo uma porrada de hater. Não sei se ela vai conseguir lidar com isso.

— Na internet tem muita gente louca. Até hoje eu tô tentando entender o porquê começaram a me chamar de tortinho — alguns seguram o riso — Ih, qual foi?

— Expliquem para o Matheuzinho isso aí — o Filipe me abraça de lado e nos afastamos do resto do pessoal — Gabriel, te conheço, sei que não é só isso cara. Pode falar.

— Tem algo nessa história.

— Algo? Algo como? — levanta uma das sobrancelhas.

— Não sei, mas tô achando que tem alguém por trás disso. E pô, eu tenho motivos para desconfiar.

— Gabriel — Coloca a mão no queixo pensativo — cê tem que tentar descobrir, cara. Puxar o IP. Existem pessoas que são feras nisso, descobrem tudo, mas eu não se a lei permite. Vai na polícia, registra um b.o, lá eles descobrem, certeza.

Se eu conhecesse alguém...

Espera.

A prima da Juliana não trabalha em algo assim? Será que ela consegue descobrir? Pô, certeza. Ela trabalha com isso no exterior.

— Obrigado Filipinho, já sei o que vou fazer.

— De nada, querido.

— Você é um querido — sorrio dando um leve tapa nas costas dele. Até porque se for mais forte o idoso fica com falta de ar.

Chego em casa. Aviso a Rose que cheguei e subo para o meu quarto.

— Ficou a tarde toda deitada nessa cama e assistindo série, pretinha? — Pergunto. É como se eu perguntasse se está tudo bem. Sei que se a resposta for sim, tem algo errado. Fecho a porta e coloco a mochila no lugar.

— Queria — solta um riso anasalado — passei a tarde fazendo o roteiro do próximo podcast — me deito ao lado e dou um selinho nela — ah, e bati um papo com a Rose também.

— Quê que cês conversaram? — levanto uma das sobrancelhas.

— Confidencial — ri — você é um fifi, sabia? — toca na ponta do meu nariz.

— Pô, cês tavam falando de mim?

— Também, mas não estávamos falando mal — se vira pegando o celular.

Penso em como falar sobre a ideia, pedir ou contratar a Helena para tentar descobrir algo.

— Me leva na casa da Rafa. Preciso falar com a Hele.

No primeiro momento, eu penso em brincar, perguntar se tinha lido a minha mente. Porém, percebo que tem algo errado.

— Rápido Gabriel. Voltou a chegar mensagem — desce da cama.

— Como assim? Onde? — pulo da cama.

— No WhatsApp. Já desliguei a internet pra parar de chegar mensagem — pega a bolsa — Que inferno. Mas eu vou descobrir quem tá fazendo essa merda — abre a porta do quarto.

— Onde é a casa da sua prima? — indago ao entrar no carro.

— É bem perto da casa dos meus pais. Lembra o caminho? — aceno com a cabeça — ótimo. Quando chegarmos na rua da casa dos meus pais eu te guio.

Meu sonho - Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora