Fifty-eight

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Juliana
Comemoração - Santos/Sp (01/09)

O Gabriel subiu no palco e eu estou aqui no canto, não quis subir. Minha família toda veio, estão pertinho de mim.

A festa está impecável. Palco com telão. Algumas mesas de pôquer, que é algo que ele gosta de jogar. O dress code? Preto para os homens e vermelho para as mulheres.

— Caralho, o Ret! — meu primo Pedro comenta.

— O Ret eu ainda não conheço, mas os garotos da 30 e o Lennon conheço — falo mais perto dele, por conta da música. Ele fica boquiaberto.

— Os garotos da 30? É o Matuê, o Teto e o Wiu, e tu fala como se fosse qualquer pessoa — diz indignado e eu solto uma risada.

— E eles são gente boa, tá? Meus amigos. Falando neles — digo ao ver o L7 andando na minha direção — Fala Lenninho — cumprimentamos com um toca aqui.

— Fala primeira dama. Quanto tempo, hein? A gente tem que marcar aqueles churras.

— Tem um tempinho mesmo, né? Final de temporada e tu com agenda lotada fica difícil — ele concorda com a cabeça — Lennon, essa daqui é minha família. Meus pais, primas, tio, e esse é meu primo Pedro.

— Opa! Prazer, família!

— Meus primos são seus fãs, inclusive.

— Pô, satisfação. Final da festa tem aquela foto, curtam aí. Tenho que subir no palco.

— Cara, tu chama ele de Lenninho. Inveja tua.

— É só você saber aproveitar. Tu é primo da noiva do Gabigol — dou um tapa na nuca dele.

As horas vão passando e o sono começa a bater. Tô virando idosa? O Gabriel que viajou não está cansado assim.

Pego mais um copo de refrigerante, enquanto ele pega mais um de bebida. Na outra mão dele um prato com salgados.

— Eai, Juli — Matuê se aproxima.

— Oi, Tue! Oi Teto, ou seria, Cleriton Sávio? — levanto uma das sobrancelhas — Acho que se digitar, fica com aquela barrinha vermelha de erro ortográfico.

— Vão ficar de zoação com o meu nome mesmo? Não tinha um pior pra minha mãe colocar não? — resmunga.

— Inclusive, tenho uma reclamação. Qual é o hater com turma da mônica? Pior que turma da mônica? O desenho nem é ruim — cruzo os braços. Gabriel e Matuê riem.

— Ela me falou que ia perguntar isso quando te visse.

— Foi só pra rimar — levanta os braços.

— Ih, tá bebendo não? — Matuê pergunta ao notar o copo na minha mão.

— Hoje não, só no refrigerante mesmo — dou um gole — vou dirigir, levar o povo pra casa — aponto para o Gabriel que está com um copo de bebida em mãos. Não queria dirigir, mas não tenho para onde correr.

— Minha motorista hoje.

— Um homem de sorte — o teto diz — vamo colar ali. Daqui a pouco é no palco — sai andando e o Matuê acompanha.

— Vai subir no palco comigo, hum? — fala próximo a minha orelha e raspa a barba no meu pescoço. Seria errado eu arrastá-lo para o banheiro?

— Já te falei — me viro — Na hora dos parabéns.

— Sobe comigo, pretinha. Pô, nas fotos tem que ter minha noiva do lado — sussurra — hum?

— Golpe baixíssimo — entrelaço nossas mãos e seguimos para o palco.

Meu sonho - Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora