Fifty-three

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Gabriel
Santos/SP — (02/08)

Abro os olhos vendo a Juliana ainda dormindo, nos tomamos banho e deitamos de novo. Escuto a voz da Dhio, ela não deveria estar dormindo? Não passou a noite na festa?

Faço um carinho no braço da minha mulher.  Caralho, que loucura. Olho para a minha mão direita observando a aliança. Minha mulher. Minha futura esposa. Mãe dos meus filhos.

Amar a Juliana é tão fácil. Mesmo nos dias difíceis. Agora, me amar? Pô, eu sou um cara complicado. Chato. Errei com outras pessoas. E ela continua do meu lado mesmo assim, não liga para o meu passado.

— Acordou antes de mim. O dia de hoje não tá normal — ri e se aninha no meu peito — que horas são?

— 11h57 — respondo olhando o celular.

— Levantar, né? Porém, tô com preguiça — fecha os olhos.

— Preguiça ou cansaço? — sorrio de lado.

— Cê sabe a resposta — se senta — foi bom, hm? — rouba um selinho.

— Pra caralho. Só que nã…

— Relaxa. — pisca um dos olhos — Sabe o que eu estava pensando? Na gente ir à praia.

— Cê que manda.

— Gosto assim — abre um sorriso e morde o lábio inferior — vou pegar meu biquíni.

Enquanto ela procura o biquíni nas malas, eu sigo para o banheiro.

— Meu Deus, o estado do meu cabelo… preciso de uma chucha — abre a gaveta pegando uma — culpa sua, tá?

— Culpa? — inclino a cabeça para o lado — agora você reclama, mas na hora…

— Não tô reclamando, só falei que foi você — me interrompe

— Minhas pernas tão doendo — faz uma carreta. Veste a parte de baixo do biquíni.

— Meu trabalho foi bem feito — sorrio de canto.

— Pretinho, amarra aqui — faço o que ela pede. Passo minha barba no pescoço dela — Gabriel — se afasta — Tu é o Charizard? O fogo não apaga nunca.

— Falar assim quando cê vier querendo.

— Duvido — silaba — tu não resiste a tua preta, porra — passa as unhas nas minhas costas só para provocar.

— Caralho, é a mulher da minha vida mesmo — as minhas mãos repousam sobre a bunda dela e eu aperto — gostosa. Obrigado Senhor!

Ela solta uma risada e abre um daqueles sorrisos que eu sou apaixonado.

Quando terminamos de nos arrumar a abraço por trás e seguimos para a cozinha. Do corredor vejo a Dhio cozinhando algo.

— Bom dia, cunha. — Bom dia, Juli! Bom dia, Bi! — responde sorridente.

— Tá animada — a Juliana cochicha, se solta do meu abraço indo pegar algo na geladeira.

— Bom dia. Pô, não era pra essas horas você tá dormindo? — aproximo do balcão — Cê tava em festa ontem — Arqueio uma das sobrancelhas e ela me encara.

— A festa não tava lá essas coisas, então a gente saiu mais cedo — dá com os ombros e em seguida elas trocam um olhar cúmplice.

— Pô, acho que algo aqui que eu não sei.

— Só você — minha irmã fala soltando uma risadinha — Fui pra casa de uma pessoa, tá bom? E não precisa se preocupar, sei bem onde eu tô me metendo.

Meu sonho - Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora