Capítulo - bônus

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Juliana
Rio de janeiro - 07/04

Rio, 40 graus, cidade maravilha, purgatório da beleza e do caos.

Essa música faz muito sentido hoje, 17 horas e ainda continua muito calor. Hoje é o jogo de volta da final do Carioca, no primeiro o Flamengo ganhou de 3 a 0.

Nada mais justo do que ser o primeiro jogo das nenas e elas entrarem com o papai babão delas.

Semana que vem elas fazem 8 meses!

Não consigo acreditar. Parece que foi ontem que eu suspeitei, que vi o teste e morri de chorar com a Larissa.

As personalidades das duas são muito diferentes. A Nala ama uma bagunça e não para quieta, já a Maia é mais tranquila e ama uma soneca.

Além da aparência, a coisa que elas mais tem em comum é: me abandonarem quando o Gabriel chega. Elas são grudadas no pai.

Mas eu até entendo, são dias longe. No máximo, eu passo algumas horas. Final do dia? Estou com elas em casa.

Elas sentam, engatinham, dão gritinhos. Todas às vezes que vi elas fazendo algo pela primeira vez, me emocionei. E o Gabriel não fica muito pra trás.

— Hein, mamãe — chamo atenção da Nala — Vamos vestir o manto? — ela acena a cabeça. Sempre me derreto quando fazem isso — olha que linda! Vai entrar com o papai hoje.

— Pá! — ela grita.

— É, com o papai — coloco ela no tapete e pego a Maia — Cês tão pesadas, hein? Não sei se quero que vocês aprendam a andar logo ou não, porque aí, vai ser aquela correria pra lá e pra cá.

— Precisa de ajuda? — a Dhio aparece. Final, a família toda tá aqui — Vem com a dinda, Nala — de canto consigo ver a Nala engatinhar até a tia dela — Meu amorzinho! Essa noite o amor chegou, chegou pra ficar — cantarola a música do rei leão.

— Prontinhas! — pego a Maia no colo — vamos ver o Mengo, hum? Mengoooo!

— Meee! — a neném do meu colo grita e eu a minha cunhada rimos.

— Tá quase, filha. Falta pouco — dou um cheiro no pescoço fazendo ela rir.

— Vamos descendo, o Fabinho tá esperando.

— Vamos — pego a bolsa.

— Vem com a vovó, Maia — a minha sogra chama e a Maia se joga nos braços dela — que linda, nena. De manto — conversa com a neném.

— Ainda bem que cê pegou ela. Minha lombar já tá doendo.

Coloco as meninas nas cadeirinhas e me sento ao lado. O Fábio dirige e a Dhio vai no carona. A Linda e o Val estão no outro carro.

— Agora é levar as duas pra entrar com o Gabi — digo assim que desço do carro.

— Eu levo a Nala, eu sou o dindo — fala todo orgulhoso pegando minha filha.

O Fabinho é outro babão. Na verdade, difícil saber quem não baba nessas garotas. Tanto da família do Gabriel, quanto da minha família.

Não sei como vou dar limites quando elas estiverem um pouco maiores. Todo mundo vai querer dar tudo que elas pedirem.

— Oi, pretinha — me dá um selinho. 

Sim, ele falou que iria parar de me chamar assim, mas não tem como. Simplesmente impossível abandonar.

— Oi, pretinho.

— Ei, pretinha dois — solto um riso anasalado — pretinha três — pega as duas nos braços — Vão entrar comigo hoje, nenas.

Meu sonho - Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora