Gabigol
Rio de Janeiro-(22/08)— Tu tá um porre, hein Juliana?
— Fábio, eu estou sem paciência e ainda tive que fazer a miss simpatia no podcast por mais de 2 horas e meia! Às vezes a gente acorda com o pé esquerdo.
Quando os dois param as farpas. Aumento um pouco o volume da música no som do carro.
— Abaixa o som, Gabriel. Por favor. — faço o que ela pede — Meu Deus, tudo tá me irritando — murmura baixinho algum tempo depois.
Estaciono o carro e ela é a primeira a sair. Entra em casa praticamente correndo.
— De Curitiba pra cá, ela tá meio assim. Desejo sorte pra voltar daquele quarto vivo — dá duas batidinhas no meu ombro.
Caminho devagar até a porta do quarto. Entro a vendo sentada na beirada da cama.
— O que foi? Hum? — me abaixo na frente dela — fala pra mim, pretinha. Ontem cê tava quietinha, ficou deitada quase o dia todo. Hoje cê tá estressadona. Pô, nunca te vi desse jeito.
— Nem eu sei. De verdade. Se tivesse acontecido algo, eu te contaria, só que não aconteceu. Nem sei porque tô assim — a voz dela embarga.
— Calma. Só queria saber, não fica mal, por favor.
— Vou tomar um banho. Fica aqui comigo? Assistir alguma coisa — concordo com a cabeça.
Fico olhando as redes sociais enquanto isso. Depois que ela sai do banheiro, eu vou tomar o meu banho. Não demoro muito por conta dela.
Me deito na cama e ela coloca a cabeça no meu peito. O único som é da televisão. Faço cafuné nela e queria muito saber o que se passa pela cabeça dela.
Sei que tem alguma coisa incomodando a Juliana. Conheço minha mulher. Uma hora ela vai falar.
— Vou passar a tarde com as minhas primas e a minha mãe amanhã. Talvez passar um tempo com elas tire esse mau-humor, que nem eu tô aguentando — passa a mão no rosto e eu solto um riso anasalado.
— Já tem uns dias que cês não se veem. Amanhã a noite a Dhio tá chegando. Cê vai ficar mais tranquila.
— Vou matar a saudades da minha cunhada — abre um sorriso — será que a janta está pronta? Tô com fome. Vou lá ver.
— Tá morrendo de fome? — ela acena com a cabeça, se levanta e eu a acompanhando — comida tá cheirando, dona Rose.
— Carne de panela? Dona Rose, cada dia eu te amo mais — a mais velha solta uma risada ao escutar — Você sempre cozinha bem, mas hoje… tá divino.
— Acho a fome deixou mais gostosa.
— Será? Agora eu vou tomar um sorvete. — se levanta indo até a geladeira — Sério, tava com mais fome do que imaginava.
— Coloca um pouco pra mim.
— Vem pegar.
— Tá vendo, né dona Rose? A gente faz de tudo e quando a gente pede…
— Abriram os portões da coitadolândia — me interrompe — homem é dramático.
— Às vezes vocês parecem adolescentes — diz entre risadas — bom, eu estou indo para minha casa. Boa noite pra vocês!
— Boa noite, Rose! — eu e a Juliana respondemos juntos.
A Rose sai. A Juliana se senta na mesa e eu pego meu sorvete.
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Meu sonho - Gabriel Barbosa
RomanceJuliana Vieira é uma quase jornalista já que está no último período. A carioca apaixonada pelo Flamengo, conseguiu um estágio na Rádio Globo Rio, e acaba sendo escalada para cobrir o jogo do seu time de coração o que era seu sonho. O que ninguém ima...