Fifty-two

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Juliana
Santos — (02/08)

Tiro o chinelo sentindo a areia da praia. A Dhio me trouxe para a uma que ela ama. Sorte que estou no último dia do meu ciclo, assim fico mais tranquila, e posso pegar um sol.

A praia tem um quiosque grande. Música ao vivo. O mar parece está calmo. Amo está na praia, porém com a correria dia a dia, principalmente por conta do podcast, eu não consigo ir tanto.

— Vamos pedir uma cervejinha? Duas daquelas pequenas.

— Pode ser, Heineken.

— Vou pegar uma Heineken também. Vou pedir uma moqueca, a daqui é ótima.

— Eu amo moqueca, minha mãe faz uma divina. Baiana, né?

— Tua mãe é baiana? — aceno com a cabeça _ quando ela fizer uma moqueca me manda, por favor! — une as mãos e eu solto uma risada.

— Pode deixar. Coé, chefe! — chamo o garçom — Ainda bem que tem o valor no menu, porque ficou na cara que eu sou turista — comento com a Dhio.

— Carioca da gema, consegue esconder nunca.

— Eu gostei daqui. Vou lá na areia, molhar os pés. Pensando em fazer o Gabriel me trazer amanhã, só pra eu entrar no mar.

Caminho na areia, fico a sentir a água nos meus pés. A brisa do mar me acalma. A Dhiovanna entra para mergulhar.

Praia, comida, pagode e cerveja. A única coisa que falta é meu preto aqui do lado.

— Vou pegar mais uma cerveja e ir pegar um sol.

— Vou junto — levanto amarrando a canga na cintura — tava precisando disso. Descansar a mente. Tenho pensando muito esses últimos dias.

— Pensando muito? Tá acontecendo algo? — levanta uma das sobrancelhas.

— Não, não tá. Só pensando em quanto minha vida tá mudando constantemente. Tô começando a ser reconhecida pelo podcast. Sei que tem mais coisa pra vir.

— É muito louco, né? Do nada, um monte de gente querendo saber da sua vida.

— Ainda tô aprendendo a lidar com isso — a Dhiovanna olha para o celular e esboça um sorriso — ih, o que foi isso?

— Isso o quê?

— Não se faz de sonsa que eu vi o sorrisinho. Como assim você tá escondendo algo da sua cunhada? Absurdo — franzo a testa — Qual o nome dele? Endereço? Trabalha com quê? CPF?

— Calma, calma. Vou te contar o que aconteceu nesses últimos dias.

Enquanto conta, percebo que tem um sentimento florescendo por parte dela. Espero que ele não faça merda.

As horas se passam. O sol começa a se pôr, então chamamos o carro pelo aplicativo.

— Ju, acabou de me convidar para uma festa. Vamos? — indaga no trajeto para a casa.

— Tô sem pique pra festa hoje. Vou ficar descansando.

— Vou falar pra ela que não vou — o carro estaciona. Ela desce.

— Não! Você vai — digo a acompanhando — Não é justo você ficar só por mim. Vá curtir, aproveita e chama o Caio, neguinha.

— Eu devo? — concordo com a cabeça — vou mandar mensagem, se der ruim, é culpa sua.

— Confia na sua cunhada. Oi meus sogros, voltamos.

Subo para o quarto. Vou para o closet do Gabriel, as camisas deles são meus pijamas favoritos. Por que tão confortáveis?

Meu sonho - Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora