Seventy

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Uma vida é pouco pra te amar - IZA.

Gabriel
Rio de Janeiro - (13/04)

Louco pra chegar em casa. É surreal a saudade louca que bate quando eu tô longe. Saudades de ver a Juliana, de falar com a barriga… mesmo que a doutora tenha dito que elas ainda não escutam.

Depois de alguns minutos dirigindo estou em casa. Abro a porta, falo com a Rose e subo as escadas.

A viagem foi longa e ainda perdemos o jogo para o Maringá pela primeira fase da copa do Brasil. Sinto que tudo que eu preciso agora é delas.

— Oi, pretinho — a Juliana diz assim que piso os pés no quarto.

A primeira coisa que eu noto é a blusa marcando a barriga. Cada dia tá maior, se ela sai com uma roupa que marca assim, com certeza vai ouvir aquela pergunta “tá de quantos meses?”

Porra, minha mulher tá ainda mais linda. Fico me questionando como é possível. Parece brilhar. Vontade de ficar só admirando.

— Oi, pretinha. Tá fazendo o quê? — pergunto ao ver uma caixa na cama. Coloco a mochila no canto e me aproximo.

— Babando nos presentes — levanta uma roupinha de neném — daqui pra frente é só elas — solto uma risada.

— Só elas — me sento ao lado dela na cama — Tava com saudades — uno nossos lábios.

— Delas, né? — acaricia a barriga — Pode falar — afasta a caixa de presentes. Eu me sento e ela se apoia no meu peito. Afundo a mão debaixo da blusa e toco a barriga.

Às vezes é muito surreal. Minha família, tá ligado? Tem duas menininhas onde a minha mão está.

— Também tava com saudades — diz e coloca a cabeça no meu ombro.

— Hoje foi mais tranquilo? — indago. Ontem ela me falou que estava meio mal, e a Rose me avisou que ela passou mal o dia todo.

— Foi. Ontem que foi complicado — coloca a mão sob a minha.

— A Rose me contou.

— Cê deve ter enchido ela de perguntas — nego com a cabeça. Foram só umas dez — A Rose me ajudou muito ontem. Fiquei até com dó dela — coloca a caixa na mesa de cabeceira — inclusive a única coisa que parou no meu estômago foi o caldo verde que ela fez.

— Conseguiu comer direito hoje?

— Hurum, nem parece que ontem eu tava malzona — se remexe — Eu escolhi as fotos. Quero só ver o surto da torcida quando eu postar — solta uma risada.

— Me entregaram o vídeo. Quer ver? — pego o celular. Pedi para juntar um vídeo do casamento e do chá.

— Não tá preto e branco, né? — nego com a cabeça — Preciso falar, suas fãs sofrem. As coitadas querem uma foto sua de manto pra colocar de wallpaper, e não tem uma foto colorida — solto um riso.

— Aqui o vídeo — dou play. A nossa música é a trilha sonora do vídeo.

— Ficou lindo — comenta depois de ver — quando a gente soltar isso aí…

— Quer postar agora? — falo num impulso.

— Certeza? Ontem teve jogo… vão falar de cortina de fumaça e os caramba.

— Sinceramente, tô nem aí — beijo o ombro dela — só quero que saibam o quanto eu tô feliz com vocês.

— Eles descobrindo de vez um casamento e dois nenéns… posta o vídeo primeiro. Depois eu posto as fotos.

Meu sonho - Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora