Fifty-seven

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Escrevi esse capítulo escutando "amanhecer" do BK. Recomendo vocês colocarem no fone.

Juliana

Comemoração - (28/08)

Acho que estou ficando craque em esconder as coisas. Segredos. Não contamos que vamos casar para ninguém até agora.

Meu Deus, eu tô noiva! Eu vou casar com o homem da minha vida. A ficha vai cair quando? Só quando subir no altar?

Visto um vestido azul, curto e com o tecido leve. Nos pés uma rasteirinha. Enquanto coloco os brincos, o Gabriel se aproxima.

Com o cabelo molhado. Vestindo uma calça nude, uma camisa da coleção do Travis Scott e na mão direita os tênis que ele calçará. Extremamente gostoso.

Pelo espelho vejo ele me olhando dos pés a cabeça. Sinto meu pescoço esquentar. Se sair alguma sacanagem da boca dele... não vamos sair de casa.

A mão dele toca minha cintura e desliza por ali. O toque me arrepia. Ele percebe, mas não fala nada. Ainda bem!

- Tá um gato, pretinho. Tá só faltando a corrente que eu te dei.

- Vou colocar - anda em direção à cama - E você tá linda pra caralho.

- Tô sempre - ele solta uma risada e acena com a cabeça - inclusive, tô pronta. Será que seus pais já se arrumaram? Vou ver.

Chego na metade da escada e vejo meus sogros e a minha cunhada sentados no sofá, e o Fábio em pé. Dou meia volta.

- Vamos? - ele pergunta.

- Sim. Eles estão esperando - pego a bolsa em cima da cama.

- Finalmente! - o implicante do Fábio diz.

- Em minha defesa, não fui eu que demorei - levanto minhas mãos - dá um desconto pra ele hoje, Fabin.

- Você tá linda, amei o vestido.

- Obrigada, Dhio - sorrio - eu e o Gabriel vamos no meu carro - falo um pouco mais alto para todos ouvirem.

- A família já não cabe em um carro só. Daqui a pouco tem criança correndo - Lindalva fala. Concordo com a cabeça.

Eles seguem para um dos carros e eu e o Gabriel seguimos para o meu.

- Você dirige - entrego a chave na mão dele. Ele me encara levantando uma das sobrancelhas - não tô afim.

- Esses últimos dias cê não tá querendo dirigir - comenta quando entra no carro. Não pergunta o porquê. Não pergunta - tem motivo?

- É... - afivelo o cinto - só preguiça - desvio o olhar para a janela e aperto os lábios.

Ele liga o som, toca uma música do BK. A mão dele toca a parte interna da minha coxa. Penso em falar duas, três, quatro vezes.

- Amanhecer na casa... ouvindo Djavan, correndo atrás de ti - cantarola - Quando você quiser falar, eu vou tá aqui.

- O quê? - finjo que não entendi.

- Pô, cê não consegue mentir pra mim. Nem esconder quando tem algo de errado - me olha de canto - Mas deve ter um motivo pra cê não me contar, hum? Tô começando a ficar curioso - solta uma risadinha - mas vou esperar.

- Não é nada ruim, prometo - sorrio sem mostrar os dentes.

Ele me conhece tanto, mais tanto, que às vezes eu me assusto. O Gabriel me ler por inteira, é o primeiro a saber quando eu não tô bem. E eu o conheço o mesmo tanto.

Meu sonho - Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora