Juliana
Dia seguinte.— Tô cansada de responder mensagem… um inferno — Falo desanimada descendo a escada.
— Chatão ficar desmentindo, né? — o Fábio me responde tirando os olhos do celular — Fala só com os mais próximos.
— É exatamente isso que estou fazendo.
— Oi, cunha — a Dhio aparece na sala — bom dia — sorri levemente. O semblante dela também não é animador.
— Bom dia, cunha — a abraço — acabei dormindo cedo, nem vi você chegar.
— O Bi comentou que cê tava dormindo.
— Ele já foi? Ele me acordou e deu bom dia, só que eu voltei a dormir depois.
— Já foi. Nem vi ele saindo, acordei ainda pouco. Ficamos até a madrugada conversando, nem eu e nem ele estávamos com sono.
Tem uma coisa que o Gabriel é o oposto de mim. Quando eu não estou bem, eu durmo mais do que o costume — como aconteceu hoje — e quando o meu namorado não está bem, ele fica sem sono.
Seguro na mão da Dhiovanna e a puxo para o canto, longe do Fabinho.
— Ele não tava bem, né?
— Ah… não. Não posso mentir pra você. Mas como você tá? — faz um carinho no meu braço.
— O que ele te disse? Porque ontem, é... — aperto os lábios — ele me falou que tava se sentindo culpado.
— O Bi me falou isso, mas conversei com ele. Conversa comigo também, como você tá? — olha no fundo dos meus olhos. Eu só penso nele, porque se pensar em mim… desabo.
— Ele tava melhor? Depois da conversa — me balanço sobre os calcanhares.
— Vem comigo? — pega na minha mão e eu só a acompanho. Abre a porta do meu quarto, eu entro e me sento na cama — o Bi vai ficar bem, mas só se você ficar… o que cê tá escondendo aí?
Um bolo se forma na minha garganta e fica difícil respirar. As lágrimas descem. A Dhiovanna me abraça, choro no ombro dela.
— Pode chorar, coloca tudo pra fora — algum tempo depois eu me acalmo um pouco — me fala, cunha. Por favor, deixa eu te ajudar.
Não posso falar tudo. Não posso. Mas um pouquinho… quem sabe tira esse peso dos meus ombros.
— Eu só… queria ficar tranquila — fungo — sem precisar resolver coisas desse tipo. Sem ou-ouvir do Gabriel que ele se sente culpado — as lágrimas voltam a rolar — me quebrou em mil pedacinhos — fungo mais uma vez — eu sabia que coisas assim poderiam acontecer, ele sabia. Mas quando acontece...
Quando acontece é o caos, um inferno. Tenho vontade de sumir, ir viver num mundo só nosso. Eu e ele.
— Queria contar... — as minhas mãos tremem e a Dhio me olha de um jeito, é como se perguntasse “Contar o quê?”. Engulo seco — sobre o que eu tô sentindo. Só que tá tudo tão... — suspiro — nem pra ele eu consegui falar. Nem pra ele — volto a chorar.
— Respira — minha cabeça repousa no ombro dela. Ela faz um carinho nas minhas costas — a gente te ama, ele te ama, mesmo nos dias confusos. Pode falar tudo pra gente. Até mesmo pro Fábio, aquele ali te irrita, mas te ama também.
— Eu sei — levanto a cabeça e fungo.
— E pra você ver o Bi bem, cê tem que tá bem.
— Tenho a melhor cunhada do mundo — falo um tempo depois e enxugo minhas lágrimas — o Gabriel só me trouxe coisas boas.
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Meu sonho - Gabriel Barbosa
RomanceJuliana Vieira é uma quase jornalista já que está no último período. A carioca apaixonada pelo Flamengo, conseguiu um estágio na Rádio Globo Rio, e acaba sendo escalada para cobrir o jogo do seu time de coração o que era seu sonho. O que ninguém ima...