Twenty-one

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Se fosse pra esse capítulo ter uma música seria: 

Abre a porta - l7nnon

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Juliana

Hoje o Rio de Janeiro tá chuvoso e eu estou morta de cansaço. Gravei um podcast hoje, fiz matérias, comecei a estudar para a cobertura do jogo do botafogo que é no dia primeiro, dia puxado no trabalho. Tomei um banho e me joguei no sofá, agora estou com preguiça de levantar.

De repente a campainha toca. Será que a Larissa veio direto pra cá sem me falar nada? Porque ninguém me avisa de nada. Abro a porta e me deparo com o Gabriel carregando uma mochila nas costas.

— Gabriel, que cê tá fazendo aqui? Entra logo que tá chovendo — dou espaço e ele entra.

— Tava passando aqui por perto e resolvi vir aqui — Que mentiroso. Vou aproveitar pra dar uma brincada.

— Aham, acabou de chegar de viagem e tá passeando? Porque sua casa fica um pouquinho longe, né? — respiro fundo fechando a porta.

— Acontece — dá com os ombros e coloca a mochila no canto.

— Eu tava era precisando de um tempo longe de você, parece chiclete. Ainda traz mochila, vai ficar aqui? — aumento um pouco o tom de voz.

— Porra, é sério isso? — tira o boné e coloca de novo rapidamente — Ontem cê me disse que tava com saudades, não consigo entender — passa a mão no rosto. Ele tá visivelmente confuso e com raiva e ele fica tão bonito assim — mas ok, pego minha mochila e...

— É brincadeira, pode deixar sua mochila aí — o interrompo e me aproximo pegando nas mãos dele e as coloco no lugar que ele ama apertar, minha cintura — eu realmente tava com saudades — falo observando cada detalhe do rosto dele, quando nossos olhares se encontram e sinto como se milhares de borboletas voassem no meu estômago. E o olhar dele, o olhar dele parece brilhar, não sei, mas tem algo diferente. O Gabriel me dá um selinho e eu retribuo — Nossa, tô com fome, preciso cozinhar algo.

— Também tô com fome, nem almocei. Cheguei e vim pra cá direto.

— Bora lá pra cozinha, vou fazer uma macarronada — Eu sigo para a cozinha e já vou pegando as coisas da geladeira.

— Hoje eu descubro se cê sabe cozinhar ou não, porque tapioca não conta — diz entrando na cozinha e sentando na cadeira.

— Ei! — coloco as coisas que peguei na bancada e cruzo meus braços — Primeiramente, sou uma cozinheira de mão-cheia. Segundo, cê não vai ficar sentado aí, não. Pode levantar que você vai me ajudar — ele levanta e eu peço para ele cortar os temperos que separei.

— Antes eu vou colocar minha playlist — pega o celular fazendo o que disse.

— 30praUm estralando — ele confirma com a cabeça — eu sobrevivi até aqui, tenho história pra contar, eu vivi. Dá uma olhada no pescoço, tem o brilho VVS — canto.

— Sigo tranquilo... Deus vai guiar, de viagem marcada só com a ida — Ainda bem que existe autotune né? Se não, ninguém iria ouvir "Sei lá" — Pô, cê canta bem demais — não respondo. Sempre fico um pouco constrangida quando falam isso, eu não acho que canto tão bem assim.

O Gabriel me ajudou bastante até, as coisas fluíram bem. Passamos essa meia hora cozinhando e cantando. Ainda bem que não demorou mais do que isso, eu iria passar mal de fome.

Meu sonho - Gabriel BarbosaOnde histórias criam vida. Descubra agora