Juliana
— Preta, eu vi o jeito que você ficou... esse assunto de filho... tá te incomodando, hum? Te pressionando?
Eu sinto. Eu sinto tudo enquanto ele fala. Os dedos se movimentando pela minha cintura. A forma que ele chega um pouco mais perto. Minha respiração fica pesada.
O tom da voz... é de cuidado. Do jeitinho dele. Modo Gabriel, Bi. Ele só quer cuidar.
Ficou com medo de estar me pressionando. O motivo de não ter respondido não tem nada a ver com ele.
Esse assunto fez com que meus pensamentos se embaraçassem. Aqui dentro um grande nó. As minhas convicções ainda existem? Sou um poço de incerteza. A única certeza clara é ele. Ele é o meu lugar.
— Pretinho — minha mão toca o seu rosto fazendo um carinho — pode ficar tranquilo. Apesar desse assunto... — as minhas mãos vão até a nuca dele — está rodeando, não me sinto pressionada. Não por você, e os outros são os outros, né? — sorrio sem mostrar os dentes.
Como é bom entender que os outros são só os outros. Mesmo que sejam importantes para nós, eles não mandam em nada aqui. O homem que está na minha frente conseguiu fazer com que eu compreendesse isso.
Minha âncora.
Meus pais são a bússola, apontarão sempre a direção, mas eu precisava de uma âncora. Alguém que fizesse me sentir segura por completo.
— Só fiquei — hesito tentando procurar a melhor colocação — um pouco... pensativa. Só isso. — coloco uma mecha do meu cabelo atrás da orelha — Talvez não...
— Passou dos 5 minutos, Gabriel — A voz do técnico surge me interrompendo. Faço uma careta e o Gabriel ri.
— Talvez? — levanta uma das sobrancelhas.
— Até perdi meu raciocínio. É melhor você ir, boa noite, pretinho. Te amo — uno nossos lábios. Um selinho.
— Boa noite. Te amo, pretinha — ele sai andando na frente — Qualé Dori, uns minutos de tolerância, pô.
— No dia de folga é folga, tá Dori? — falo alto e os dois riem.
Eles seguem juntos, e eu vou para o meu quarto. Faço minha higiene e me deito. A viagem me cansou. Mesmo com a Larissa e a Camila conversando, eu pego no sono.
Acordo com o despertador a tocar. Horário do café da manhã. Me arrumo e fico esperando as meninas para irmos juntas.
Algumas meninas resolvem entrar na piscina. Faço parte da turma que preferiu ficar na beira da piscina, mas a minha vontade era entrar.
Pela tarde meu namorado me dá um sinal de vida. Uma foto dele. Certeza que tirou escondido do Dorival.
— Vou tomar um banho. Começar a arrumar. — Larissa diz saindo da água.
— Finalmente decidiu sair.
— Eu queria ter saído mais tempo. Mas me fala como sai se essa daqui é um peixinho — cutuca a costela da Céu fazendo-a rir.
— Um peixinho mesmo. Você nada melhor do que a tia.
— A pofessora que me ensinou. Pede pa te ensinar também — aponta com o dedinho como se estivesse mandando — ensinar você também, mamãe, puque cê não sabe.
— Obrigada pela parte que me toca, filha — estala um beijo na bochecha da pequena — agora você se enrola que nós vamos subir — desce a menina do colo e entrega a toalha.
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Meu sonho - Gabriel Barbosa
RomanceJuliana Vieira é uma quase jornalista já que está no último período. A carioca apaixonada pelo Flamengo, conseguiu um estágio na Rádio Globo Rio, e acaba sendo escalada para cobrir o jogo do seu time de coração o que era seu sonho. O que ninguém ima...