Capítulo 25

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Finnick me leva até meus aposentos e me ajuda a desfazer o penteado, os sapatos e o vestido. Não me importo com a semi nudez porque não tenho vergonha dele. Sou vestida com uma camisola macia e ele me faz sentar na beirada da cama, e apenas quando o tecido me cobre, ele habilidosamente tira meu sutiã sem me expor, por mais que eu não me importe. Finnick utiliza algodões molhados com algum tipo de produto e retira minha maquiagem.

Estou apática desde que ele me retirou do palco e eu ouvi uma série de congratulações pela forma voraz em que arranquei à vida de River. Esse era o nome do garoto ruivo do Distrito 2, o garoto que estava tão machucado que não havia tido chances de se defender.

Fecho os olhos quando não consigo mais controlar minhas lágrimas, estou cansada de chorar e de parecer uma criatura frágil, mas é difícil. Tudo o que mais quero é chegar em casa e estar nos braços da minha família, de sentir o cheiro de casa e do mar que cerca nosso vilarejo. Mas eu estou aqui, o que significa que outros 23 tributos precisaram estar mortos.

Um ruído sai da minha garganta e eu ouço Finnick suspirar.

— D-desculpe... eu não queria chorar de novo.— limpo minhas lágrimas com às costas da minha mão, enquanto tento me fazer parar de pensar no assunto.

Finnick segura minha mão e me faz olhar para ele. Não é preciso dizer nada, porque eu sei que ele não está me julgando, não se importa comigo chorando o tempo inteiro, ele me entende, ele já passou exatamente por isso. Quando ele sorri, é um sorriso triste, ele não quer me ver desse jeito, eu sei disso, assim como nós dois sabemos que não vai ter nada para reverter essa situação.

Depois que ele sai do banheiro, vestido unicamente com uma cueca preta, como de costume, ele vem até mim e me puxa até o centro da cama. Me enrosco em seu corpo e fecho os olhos me acalmando.

Estou tão confusa com isso que existe entre nós, mas tenho medo de perguntar e essa bolha explodir. Para toda Capital, nós nos amamos, estamos apaixonados e namoramos. Mas nunca houve pedido, nunca existiu declarações. Tenho medo de que por não existir compromisso ele se deite com outra pessoa, acho que eu ficaria louca. Acho que eu o mataria.

Seu coração está acelerado embaixo do meu ouvido, seus dedos agitados em minha coluna. Ficamos daquele jeito por tanto tempo, que ele pensa que dormi, e se move para me deixar em uma posição mais confortável, mas ainda estou acordada e rio um pouco. Ele se assusta, mas logo abre um sorriso.

— Posso fazer algo para te ajudar a dormir?.— ele pergunta e eu o olho curiosa.

— Está falando de sexo?— pergunto e ele ri alto. Seus dois dedos puxam meu nariz, como repreenda.

— Você é tão sem filtros, Lia.— ele ri mais e me vira na cama.— Não era isso.

Estou curiosa, e animada com o seu olhar em mim. Eu gosto tanto da sua risada, do seu sorriso perfeito. Seus lábios tocam o meu em um beijo rápido. Ele se deita atrás de mim, e nos cobre com o edredom grosso e confortável.

— Não crie expectativas, isso é para te deixar confortável e ajudar a dormir, ok?— ele diz.

Mas às mãos de Finnick estão passando por baixo e por cima de mim, uma espalmada e me puxando contra seu corpo firme, a outra deslizando sob as costelas e os braços para envolver meu peito, suas pernas enormes cobriram às minhas.

— Você está gelada. Estava com frio esse tempo todo? — seu resmungo me faz abrir um sorriso pequeno.

— Eu não tinha percebido.— respondo de volta.

Ele sai do nosso pequeno casulo e eu o vejo procurando o tablet com os controles. A luz do quarto perde a potência e se resume a quase nada, e a temperatura é elevada, o quarto se torna aconchegante.

70° edição dos Jogos Vorazes Onde histórias criam vida. Descubra agora