Capítulo 33

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— O que é isso? — Zyan aponta para a massa que minha mãe está fazendo. Apoio meu rosto nas mãos e o olho com preguiça.— O que vai fazer mamãe?

Meu bocejo é alto, meus braços escorregam e eu deito minha cabeça no balcão. Estou tão cansada, dolorida, e com marcas que me fizeram precisar usar uma saia longa, porque Finnick é um louco, e minha pele branquela me faz parecer que fui agredida.

— Pão fresquinho, estou aprendendo a fazer.— minha mãe diz.

Rio quando ela passa o dedo na farinha e em seguida na bochecha dele. Meu irmãozinho gargalha. Esse ama se sujar.

— Zyan você não vai brincar com June hoje?— pergunto e vejo uma careta se formar em seu rosto.

— Ela é chata! Brigou comigo porque eu sem querer quebrei sua boneca.— ele diz, às bochechas ficando vermelhas.

— Ela está certa, se você quebrasse algo meu eu ia arrancar suas orelhas. Já pediu desculpas? — ele nega em um aceno relutante.— E está esperando o quê?

— Tá, tá! — ele revira os olhinhos e salta do banco. Assisto seus pezinhos dispararem para fora da cozinha.

Bocejo novamente, e encaro o serviço da minha mãe. Me assusto assim que vejo seus olhos estreitos em minha direção. Ela me examina enquanto bate na massa com o rolo, está séria.

— Me conte.— diz bruscamente.

— O quê? Não fiz nada!

Minha mãe bufa e larga a massa, ela contorna o balcão e para em minha frente. Estou com medo de levar uma bronca, ela já sabe o que fiz aqui mesmo nessa cozinha. Minhas pernas estão moles, nem conseguirei correr. Ela vai matar a mim e então Finnick.

— Não vou fingir que não vi seu namorado saindo de fininho às seis da manhã.— Cora fala, e eu suspiro em derrota.— Ele nem mesmo me viu, de tão desesperado. E estava sem camisa!

Finnick é um idiota. Eu falei a ele mil vezes que minha mãe acorda às cinco todos os dias, porque ela gosta de ver o nascer do sol e isso já é um costume de anos. Eu nem mesmo o vi saindo para alerta-lo.

— Mamãe aconteceu... ontem à noite... aquilo lá.— conto, nervosa.

Os olhos dela se arregalam, e ela parece tão chocada, sendo que ela sabia que eu já planejava fazer isso algum dia com ele.

— Como foi? Ele te respeitou? Não te forçou, não é?

— Claro que não, mamãe, Finnick sempre é respeitoso. Foi doloroso no começo... mas depois nem tanto.— conto baixinho.— E eu acho que manchei o lençol de sangue.

— Oh meu deus... minha bebê cresceu.— ela diz melodramática, eu reviro os olhos.— Usaram proteção, como eu te ensinei?

Mordo o lábio inferior, porque vou apanhar.

— Não... mas ele tirou antes.

Uma mão voa no meu braço e minha mãe me estapeia. Ela está me xingando para o mundo inteiro ouvir, tenho certeza que a família Odair vai escutar e até mesmo Mags que mora a duas ruas de distância.

— Malia se você aparecer nessa casa grávida você vai levar uma surra.— ela está falando, e como Finnick é sempre muito pontual, escolhe aparecer nesse momento.— E você! Como não usou proteção com o meu passarinho? Vocês dois são novos demais!

— Mas eu tirei antes... e nunca fiz sem com outras... mulheres... não tenho nada.— Finnick está pálido, e eu sinto vontade de rir. Ele não sabe que minha mãe sempre age assim.

70° edição dos Jogos Vorazes Onde histórias criam vida. Descubra agora