Capítulo 43

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Não me sinto bem desde à noite anterior. Finnick ficou comigo, não foi ao treino com Mags, mesmo depois de eu ter gritado que não o queria perto de mim. Não pelo que aconteceu com Katniss Everdeen, ele apenas, enquanto se explicava, deixou escapar que teria mais chances de viver se estivesse ao lado dela na arena. Então eu percebi, que ele me escondeu alguma coisa, que o plano cheio de arco-íris que ele me contou sobre Plutarch pega-los em um aerodeslizador assim que Beetee destruir o campo de força, faltava vários pedaços, várias entrelinhas que ele se recusa a me contar.

No momento, estou agradecida por ele ter ficado comigo. Estou me sentindo frágil e exposta no lugar mais perigoso para todos nós. Estou sentindo dores fortes demais para serem cólicas, na beira da minha barriga, dores que passam, e me dão uma folga de horas, e então retornam.

— Aqui.— ele me entrega outra xícara com chá de camomila.

Pego a xícara e me encosto no sofá, tenho dificuldade para esticar minhas pernas e colocar em cima da mesinha de centro. Finnick vê o meu sufoco e me ajuda. Estou tendo milhares dificuldades e minha barriga nem está tão grande assim, penso o que será de mim nos próximos meses.

Ainda mais se Finnick não estiver comigo. Então percebo que estou provavelmente nos meus últimos dias com ele e estou discutindo e arrumando motivos para brigar. Finnick está me olhando, atento, nervoso, provavelmente com medo que eu grite e tente ataca-lo novamente. Me sinto ridícula quando meus olhos começam a se encher de lágrimas.

— As dores voltaram? — ele pergunta baixinho.

Nego em um aceno. Ele suspira e se aproxima de mim, sentando bem ao meu lado, sua mão agarra à minha livre e ele leva até o lábios depositando um beijinho.

— Eu sei que ainda está chateada, sei que devo contar tudo a você... mas dessa vez não dá.— diz em um sussurro.— Eu preciso que confie em mim, confie que estou fazendo tudo o que posso para manter você segura, manter nossa família segura.

Eu assinto devagar, e bebo mais um gole do chá, o coloco no porta copos e Finnick seca minhas lágrimas com a manga da sua camiseta. Me enrosco em seu corpo e ele puxa minhas pernas para seu colo.

Nossa filha começa a chutar loucamente no momento em que ele põe a mão no alto da minha barriga. É uma sensação tão esquisita, um pouco dolorosa. Todas às vezes faz meu coração disparar, estou tão ansiosa para conhece-la, para saber como é seu rostinho, para pega-la no colo e ver ela crescendo com o decorrer dos anos.

— Eu pensei em um nome hoje.— eu conto. Finnick está sorrindo, acariciando minha barriga.— É um nome curto, doce, e que significa algo para mim... para nós dois.

— O que você pensou? — Finnick me olha e eu mordo meu lábio inferior.— O que pode ser melhor que Dorothea?

Reviro meus olhos. Eu não sei porque ele insiste nesse nome, nunca nem vi alguém que se chama assim, mas Finnick disse que veio para ele em um sonho.

— Eu lembrei de uma história, que um certo alguém me contou há anos atrás. — não consigo segurar meus sorriso bobo ao lembrar. — Quero que nossa filha se chame Alice.

Finnick parece pensativo, os olhos focados em algum ponto do meu rosto. Mas ele abre um sorriso tão lindo quando entende do que estou falando, que tenho dificuldades para me concentrar em qualquer outra coisa que não seja ele.

70° edição dos Jogos Vorazes Onde histórias criam vida. Descubra agora