Capítulo 42

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Minha equipe de preparação não tem muito trabalho comigo, sou vaidoso e tudo que precisava ser feito já tinha sido dias antes. Sou colocado em um traje que apenas cobre minhas pernas, uma espécie de rede, me enchem de jóias, colares do estilo que meu Distrito produz, meu cabelo novamente é arrumado em um pequeno topete, e a maquiagem só disfarça minhas olheiras.

— Não havia algo que cobrisse menos? — Malia diz com ironia, os braços cruzados na altura dos seios. Ela está sentada em uma poltrona, perfeitamente vestida em um conjunto confortável, o cabelo solto como uma cascata prendendo duas mechas na lateral com objetos fofinhos.— Por que não deixa-lo apenas de sunga?

— Desculpe, algum problema com a roupa que eu, o estilista escolhido e contratado, desenhei? — Dalence responde, cruzando os braços também.— Não precisa marcar território como uma cadelinha, essa barriga e aliança em seu dedo já diz exatamente de quem ele é.

Malia ergue às mãos em falsa redenção, enquanto revira os olhos, deixando a revista que segurava pousar em seu colo. Não consigo segurar à risada. Quando me descem do pedestal e terminam de me arrumar, eu ando até ela e a beijo rapidamente, mal me despendido da minha equipe e de Dalence que saem pela porta. Seus olhos se acendem como brasas, sua libido está tão fora de controle que os últimos dias no trem foram basicamente todos dentro do quarto (não estou reclamando), os melhores dias que eu poderia ter.

— Ele está certo... sou apenas seu.— sussurro.

— Você é.— ela confirma, mordendo o lábio inferior enquanto me olha como se eu fosse um pedaço de carne. A beijo mais uma vez, e desço para sua nuca, absorvendo seu cheiro como um aspirador.— Amor...

— Você está tão gostosa — eu digo baixinho, sem conseguir evitar que meus olhos caiam em seus seios que estão quase pulando em meu rosto.

Malia me olha e seus olhos parecem brasas, ela umedece os lábios e me encara com uma carinha que faz meu membro se contorcer em desejo e antecipação.

— Uma rapidinha? — ela sussurra.

— Sim...

— Tenho certeza que podem continuar isso depois, hora de descer.— Lark abre à porta com um estampido do metal deslizando.— Mags está quase pronta.

Eu quase salto pelo susto e Malia fuzila com o olhar o nosso representante parado ao lado da porta.

Ajudo minha noiva a se levantar, e ela imediatamente choraminga com a dor em suas costas. Nos conduzimos devagar até o elevador, comigo acariciando sua coluna e soprando em sua nuca. Estou com a esperança de encontrar Johanna, e então deixar ela tirar algumas risadas de Malia com seu jeito excêntrico, antes que minha noiva se desmanche em lágrimas como uma bomba relógio. Mas ela ainda não deve ter chegado. Vejo vários amigos e conhecidos, alguns imediatamente cercam nós dois.

— Oh minha nossa! Na televisão não parecia tão grande.— Chaff se aproxima com um sorriso caloroso. Malia ri baixo, às bochechas se tornando rosas.— Você está maravilhosa... vocês dois! — me preparo para ser beijado, primeiro eu, depois Malia.

— Obrigada, Chaff. Você também está muito bonito.— minha noiva diz e eu concordo.

Nós rapidamente somos cercados por mais pessoas. Meus olhos batem em Katniss Everdeen, parada ao lado de um cavalo negro e majestoso, arrumada como uma verdadeira rainha das chamas ou algo parecido. Haymitch deixou claro que ela escolherá os aliados e eu pretendo estar bem ao lado dela. Beijo a bochecha da minha noiva e me afasto da pequena rodinha, sabendo que ela está em boas mãos.

Percebo que esqueci de dar o torrão de açúcar que Malia estava desejando, mas agora, o enfio em minha boca, porque estou nervoso demais para que Katniss goste de mim, que me escolha e assim eu tenha mais chances de viver na arena.

— Oi, Katniss.— digo com um sorriso, usando minha voz casual.

— Oi, Finnick.— ela diz com o mesmo jeito que eu.

Não sei o que fazer depois disso, talvez eu possa seduzi-la, eu sabia bem como fazer isso.

— Quer um torrão de açúcar? — eu pergunto, estendendo a mão com alguns. — É para os cavalos, mas esses eu peguei para minha noiva, mas quem se importa? Os cavalos podem comer açúcar por anos e anos ao passo que nós vitoriosos...

— Não, obrigada — diz referindo-se ao açúcar. — Mas eu adoraria pegar emprestada a sua roupa qualquer dia desses.

Eu não consigo segurar a risada que escapa de mim. Abaixo os olhos para a rede e o nó estrategicamente colocado ao lado da minha virilha. Dalence adora me exibir por todo o canto, sabendo que isso deixa o público empolgado.

—  Você está absolutamente aterrorizante nessa produção. O que foi que aconteceu com aqueles vestidos de menininha? — digo, me referindo a suas roupas dos últimos meses, nada como os vestidos ousadas e chamas atraentes. Umedeço meus lábios secos e suspiro.

— Eles ficaram pequenos em mim.— ela diz.

– É uma coisa horrível essa história do Massacre. Você podia ter se dado muito bem na Capital. Joias, dinheiro, qualquer coisa que quisesse.

— Não gosto de joias, e tenho mais dinheiro do que preciso. Você gasta o seu em quê, Finnick? – pergunta, às sobrancelhas arqueadas.

– Ah, eu não lido com uma coisa comum como dinheiro há anos.— brinco.

– Então, como é que elas pagam pelo prazer da sua companhia?

– Com segredos.—  a voz de Malia preenche o ar, uma doce melodia. Sua mão agarra a minha e seus olhos me fuzilam. Meu pau estremece embaixo da rede. Eu adoro quando ela me olha assim. — E você, garota em chamas? Algum segredo que valha o tempo do meu noivo? O meu tempo?

Às bochechas de Katniss enrubescem.

— Não, sou um livro aberto — sussurra de volta. — Todo mundo parece saber meus segredos antes de eu mesma saber deles.

Malia abre um sorrisinho.

— Infelizmente, pra você, acho que isso é verdade.— minha noiva diz, seu polegar acariciando o meu.— É um pena que tenha tido que cancelar seu casamento... nós tínhamos os mesmos planos para o fim do ano. Claro, menos televisionado, sabe? Mais íntimo... não que tenha sido escolha sua.

— É, não foi uma escolha minha.— Katniss abaixa os olhos.

Malia desliza a mão pela barriga, acariciando, os olhos estreitos enquanto estuda Katniss. Eu daria tudo para saber o que passa em sua cabeça agora.

— Peeta vem ai.— ela diz e puxa o saco com torrões de açúcar da minha mão. Seus olhos se semicerram para mim. — Isso é meu.

— Claro, princesa.— ela sai andando como um pinguim e eu rio um pouco.— Malia não é grosseira, apenas ciumenta... oi Peeta, tchau Katniss.

Me viro e dou alguns passos até alcançar minha noiva, envolvo sua cintura com meu braço e ela me olha com raiva. Às bochechas atingindo um tom forte de vermelho.

— Você estava flertando com ela, Finnick Odair?— ela pergunta baixinho.

— Eu não estava! — eu digo. Malia me belisca e eu gemo baixinho.— Certo eu tentei seduzi-la um pouquinho... mas apenas porque preciso que ela goste de mim.

— Por quê? Por que ela precisa gostar de você? Sua noiva não basta? — seu cenho se franze, ela não está acreditando em mim, não tem como, não sabe todo o plano.— Eu não gostei, não gostei de você ter saído de perto de mim na primeira oportunidade que teve para ir falar com ela.

— Amor... meu amor... não é nada disso... por favor, não insinua que eu pensei em te trair ou algo do tipo.— eu peço, nervoso. — Você me conhece, sabe que eu nunca faria isso com você.

Malia está me olhando com decepção, os olhos marejados. O hino começa à tocar e Mags se aproxima para dizer que temos que subir na carruagem. Me aproximo para beijar sua testa mas ela se afasta e se junta aos outros mentores.

70° edição dos Jogos Vorazes Onde histórias criam vida. Descubra agora