Capítulo 63

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Rosa Fernandez

Esta mulher nem me conhece e já vem querendo me ofender quem ela pensa que é, eu estou cansada de ouvir besteiras e não vou permitir que ninguém mais me humilhe por ser assim, eu perdi a minha perna, mas tenho força o suficiente para seguir em frente e cuida dos meus filhos e eu quero que eles tenham orgulho de mim.

Eu não quereo que eles achem que eu dou uma medrosa que não consigo enfrentar o mundo só por ser diferente dos outros.

Peguei um copo com água e tentei respirar para volta e curti o momento da minha filha, não posso deixar que ela estrague o aniversário da minha menina.

- Eu sei que ela é um saco, mas hoje é aniversário da sua filha não quero ver você triste - a Alma falou me assustando, e me abraçou. - Você é muito forte.

- Que susto Alma, eu sei e por isso vim me acalma - falei me ajeitando - Ela nem me conhece e já vem jugando desta maneira, eu odeio que fiquem falando que eu sou deficiente desta maneira, eu sei que eu sou deficiente física, e isso não é vergonhoso, isso faz parte de quem eu sou, e eu não sou só uma deficiente, eu sou uma mulher, uma professora, eu sou mãe....

- Eu até demorei a nota que você usava prótese e desculpa se já te ...

- Você nunca fez nada disso...

- Cheguei, o que aquela idiota falou de você - a Rosângela chegou e já veio me abraçando.

- Eu estou bem, ela não me afeta, uma mulher amarga como ela não merece que eu fique me chateando.

- Isso mesmo Rosa - a Alma falou entrando no abraço.

- Ela deve ser uma idiota para acha que você não é uma mulher para o filho dela - minha irmã falou indo para a cozinha e começou a fazer alguma coisa.

- Nenhuma mulher vai ser boa o suficiente para os filhos preciosos, já que para ela os filhos eram moedas de troca, então se você não tem o sobrenome Gular você cometeu o maior pecado do mundo de olhar para os filhos de ouro - a Alma falou e a Rosângela deu risada e me trouxe uma caipirinha.

- Só bebe - ela falou com a sua voz autoritária.

- Não, é aniversário da minha filha eu não vou beber - falei e a Rosângela cruzou os braços. - Eu não vou beber, eu ainda quero ver o meu filho hoje, faz um chá vai - pedi e ela tomou tudo em um gole só e foi fazer o meu chá. - Eu não vejo a hora de não precisa está indo no hospital ver o meu filho.

- Você é muito careta sabia Rosa, agora me diz como o Juan pode ter uma mãe tão nojenta, ele e o irmão são tão legais - minha irmã falou.

- Você não viu nada, hoje ela estava tentando se comportar, ela é um nojo desse sempre pelo menos desde que eu a conheço, mas a minha mãe falava que ela não era assim quando elas eram crianças, mas os pais sempre tinha muitas punições se ela não fosse a mulher perfeita, e tinha que ser a esposa perfeita, eu mesma presenciei as vezes que o seu Colucci a batia era simplesmente por nada uma vez ele deu um surra tão grande que ela ficou de cama três dias e ficou na casa de férias para que a minha mãe a cuidasse, e minha mãe sempre falava para ela se divorciar, mas ela sempre pensava no que iam falar e pelo menos o pai do meu Marido de acordo com ela era menos violento, e minha mãe falou para mim que uma vez o senhor Hernandez quebrou o braço dela só porque ela o respondeu.

- Coitada, e aceita tudo isso calada, está explicado o motivo dela ser tão amargurada.

- Minha mãe tinha medo do João Miguel ser igual ao pai, ela também não era a favor do nosso relacionamento, ela sempre me falava que cada um tem que ficar no seu lugar, e que pessoa de classes sociais diferente nunca deveriam se misturar, mas eu fui me apaixonar justo pelo filho da chefe da minha mãe, e não vou mentir não me arrependo, eu amo demais o João Miguel, e amo a minha família, não foi nada fácil no começo, mas nenhuma dificuldade até hoje foi maior que o nosso amor.

- Aí que fofo - a Rosângela falou entregando o chá - Eles dois são fofos, e pelo visto são bem diferentes dos pais...

- São mesmo, eu não vejo o Juan Carlos agressivo, ele sempre foi muito fofo comigo, nenhum momento ele me olhou de outra forma eu só fui boba de não notar.

- Estou vendo que você já se acalmou - a Rosângela falou me abraçando. - Você já viu que a sua sogra é doida, e o melhor de tudo é que ela ama sumir.

- Sim, mas você precisa ter cuidado, a nossa sogrinha não é de só ameaça, porque você acha que nós viemos para a Argentina, e olha que eu estava grávida de quase nove meses...

- Deve ter sido muito difícil, mas eu não tenho medo, ela pode fazer o que quiser comigo, o meu único problema é se ela se meter com os meus filhos, eu juro por tudo que é mais sagrado que se ela tentar qualquer coisa, eu a mato...

- Rosa não fala isso você não é destas coisas você sempre foi calma, até demais...

- Uma coisa é mexer comigo Ângela, outra bem diferente é com os meus filhos, eu aceitava tudo que a vovó fazia porque eu não tinha um motivo para quer viver, mas agora e diferente, eu estou com um mal pressentimento.

- Para de pensar nestas coisas...

- Aí Rosângela, quando você for mãe vai entender que não tem um botão de ligar e desligar de ser mamãe, nós pensamos nós nossos filhos sempre - a Alma falou.

- Mamãe, mamãezinha - a Nara correu até mim com a voz desesperada.

- Oi meu amorzinho - falei a pegando no colo.

- Eu pensei que você tinha sumido sem mim - ela falou quase chorando e eu beijei sua testa e alisei seu rostinho.

- Eu não ia para lugar nenhum sem você, seus irmãos, eu nunca sumiria sem os meus filhos e o papi, eu só vim tomar um cházinho.

- Ah, eu levei um susto - ela falou me abraçando - Eu te amo mamãe - ela falou me fazendo sorrir e logo encher ela de beijos.

- Eu também te amo muito minha vida.

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Continua...

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