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— Por favor, precisamos conversar - pediu Aemond quando retornaram ao chão após muitas risadas. E pela primeira vez em muitos anos, o príncipe sentia paz. — Sem brigas, sem provocações.

— Uma trégua?

— Por enquanto, pelo menos até conversarmos - disse o príncipe, aproximando-se. Visenya ficou em silêncio, esperando que ele iniciasse a conversa. Aemond olhou para os guardas próximos dali. — Se possível, em um lugar mais reservado. Agora.

— Você conhece a passagem que leva até meu quarto.
  Disse Visenya, fazendo o único olho de Aemond cintilar. Arrancando a luva de couro de sua própria mão com os dentes, a princesa arqueou a sobrancelha.
— Não está planejando me matar, está?

— Eu acabei de pedir trégua, Visenya.

— Perdão, força do hábito - A princesa sorriu. "Por que ela tem que ser tão linda? Seus olhos são como um feitiço e seus lábios ainda serão minha morte", pensou Aemond a admirando. — Estarei te esperando.

  E virando-se, Visenya saiu caminhando de volta para o castelo. Seu coração parecia que ia sair pela boca, seu corpo inteiro ardia como se ela estivesse passando por chamas de fogo. Aemond iria a seu quarto aquela noite e não seria para provocá-la ou discutir com ela. Visenya não podia negar que algo nela se iluminou ao ver o lindo sorriso de Aemond enquanto voavam. Ela sabia que era errado, estava noiva e Aemond definitivamente não prestava mas aquilo a estava deixando louca. O amor estava a deixando louca.

  Aemond esperou alguns minutos para discretamente entrar nas passagens secretas. Enquanto caminhava por elas, Aemond sentia uma enorme ansiedade lhe invadir. Ele se apressou em encontrar a passagem que levava até o quarto de Visenya, ele sabia exatamente o que diria e o que faria mas ainda assim, sentia arrepios em sua pele ao passo que sua respiração falhava. Visenya lhe causava este efeito.

Aemond empurrou lentamente o armário para a frente, entrando no quarto da sobrinha. Visenya se encontrava sentada na cama, seus olhos azuis se virando imediatamente para ele quando entrou. Levantando-se, a princesa esperava ansiosamente por uma fala, por um ato, por qualquer coisa vinda da parte dele.

— Visenya. - Foi a primeira coisa que Aemond disse e então se aproximou devagar. — Primeiramente, quero lhe pedir perdão pelo o que eu disse durante nosso duelo. Eu fui um babaca.

— Que bom que reconhece.
Disse a princesa, com a língua mais afiada que uma espada.
— Também lhe peço perdão por pisar no seu pé e por todas as provocações.

  Aemond apenas assentiu com a cabeça. Um silêncio se instaurando enquanto eles se olhavam. Até Visenya resolver questionar:

— Era apenas isso?

— Não - Aemond aproximou-se mais ainda, a cada passo Visenya sentia um arrepio. — Não se case com ele.

  Os olhos claros de Visenya se arregalaram. Ela piscou algumas vezes para ter certeza de que não estava sonhando ou alucinando. "Não, eu devo ter ouvido errado", pensou Visenya, considerando por um momento que talvez ela estivesse louca.

— O que disse?

— Não se case com Cregan Stark - E finalmente Aemond estava tão próximo de sua sobrinha que podia sentir a respiração dela bater em seu rosto. Seu único olho observando cada detalhe perfeitamente esculpido no rosto dela. — Case-se comigo.

— Você veio aqui para brincar comigo?

— Eu não estou brincando, Visenya. Por que não acredita em mim?

𝐆𝐀𝐌𝐄 𝐎𝐅 𝐒𝐔𝐑𝐕𝐈𝐕𝐀𝐋 • 𝐡𝐨𝐮𝐬𝐞 𝐨𝐟 𝐭𝐡𝐞 𝐝𝐫𝐚𝐠𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora