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— Desarmem ela!
Os soldados do agora falecido Sor Vaemond berraram.

— Não encostem nela! - Exclamou Aemond, encarando os soldados. Então, ele notou que Sor Criston estava indo em direção à princesa e se pôs na frente dele, vociferando: — Se não quiser morrer, é melhor não dar mais nenhum passo.

Visenya permaneceu parada em seu lugar, limpando calmamente a espada ensaguentada de Daemon e abaixando-a conforme os homens se aproximavam dela.

— Aquele que encostar um dedo em mim, darei para meu dragão comer - disse ela, fazendo os soldados se conterem no mesmo instante. — Aqui sua espada, pai.

Ela devolveu a Irmã Negra para Daemon e então deu alguns passos a frente, todos em silêncio e com medo, esperando que ela falasse ou fizesse algo.

— Gostaria de deixar bem claro para todos aqui presentes que arrancarei a língua de todo aquele que questionar o meu sangue e o dos meus irmãos - Ditou ela, poderosamente. — Seja quem for. Plebeu, meistre, lorde, realeza.

Os olhos dela se fixaram nos de Alicent Hightower por alguns segundos antes de olhar para todos os presentes e sorrir. Então ela disse cinicamente:

— Foi um prazer participar deste tribunal hoje, senhores. Mas creio que devo me retirar, a gestação é mais exaustiva do que possam imaginar.

— Você não pode fazer isso! - A voz de Loren Lannister chamou a atenção de todos. Visenya arqueou a sobrancelha — Você mal chegou e já quebra regras, Visenya. Acabou de assassinar um homem! Você se diz princesa mas onde está o dever?

— Serei mal educada se lhe disser onde está o dever, Loren.

Retrucou Visenya, ouvindo apenas a respiração pesada de seu avô ao fundo.

— E sim, eu posso fazer isso. Posso fazer o que eu quiser, eu sou a princesa herdeira. Já você, não passa de uma princesinha que foi traída e para se vingar está tentando colocar o sangue Lannister no meu trono.

  O rosto de Loren pareceu ter ficado muito vermelho depressa enquanto ela sentia todos os olhares sobre si. Alicent Hightower segurou a mão de sua nora, sua protegida enquanto Rhaenyra as encarava como se visse a Alicent do passado e a do presente ao mesmo tempo.

— Saiba que essa sua tentativa barata de vingança não irá funcionar. E se está buscando algum bastardo aqui, pode começar pelo que você carrega no ventre. Aliás, meus parabéns pelo novo filho, tio Aegon.

Finalizou Visenya, saindo da sala em meio à murmúrios e burburinhos. Quase de imediato, o príncipe Aemond foi atrás dela. Eles não disseram nada um para o outro até entrarem no quarto e a princesa respirar aliviada.

— Nya, o que foi aquilo tudo? - Aemond perguntou calmamente enquanto a esposa sentava-se na cama, parecendo exausta.

— Estou cansada, Aemond. Cansada dessas pessoas falando, desses boatos... eu precisava colocar isso para fora.

— É, você literalmente colocou os órgãos de Sor Vaemond para fora.

Aemond riu baixinho, ao sentar-se do lado dela, limpando uma pequena gota de sangue em sua bochecha.

— Sabe, você fala com tanta confiança sobre ser a princesa herdeira, sobre o trono ser seu mas... você realmente quer ser rainha um dia?

— É claro que eu quero - Visenya respondeu, sem pensar duas vezes. — É meu dever, meu direito de primogenitura. Eu nasci e fui criada para isso.

  Aemond ficou em silêncio por alguns instantes. Visenya havia nascido para ser rainha, ela era a coroa. Mas ele nunca sentira nenhuma vontade em ser rei, assim como seu irmão. Contentava-se em ser apenas um príncipe e viver em paz, sem a loucura de ter que governar um reino enquanto tentam te matar para usurpar seu trono. Mas casado com Visenya, que um dia sucederia Rhaenyra, ele sabia que chegaria o momento em que seria rei, consorte, mas ainda rei.

𝐆𝐀𝐌𝐄 𝐎𝐅 𝐒𝐔𝐑𝐕𝐈𝐕𝐀𝐋 • 𝐡𝐨𝐮𝐬𝐞 𝐨𝐟 𝐭𝐡𝐞 𝐝𝐫𝐚𝐠𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora