— Aemond.
Foi tudo o que Visenya conseguiu dizer conforme seu tio se aproximava. Ela se lembrou das vezes em que ele visitava seu quarto na infância, da alegria que sentia ao vê-lo. Agora, Visenya não sabia definir o que sentia quando estava perto de Aemond. Ela sempre dissera a si mesma que o odiava e não era para menos, ele poderia ter matado seu irmão. Mas depois de tanto tempo, retornando à presença dele, Visenya simplesmente não podia controlar aquele estranho sentimento que a fazia arder por dentro, como se uma chama se acendesse em seu interior.
— Não quer mais o colar que lhe dei, Visenya? - Ele sussurrou, sentindo a respiração ofegante de sua sobrinha bater em seu rosto.
— Não é isso.
— Oh, é exatamente isso. Você aceitou a coleira do Stark, é uma loba agora, Visenya?
Visenya se esforçou para encarar Aemond sem demonstrar como se sentia por dentro. Não era hora de deixar o fogo queimar outra vez, como Cregan aconselhara. Não naquele momento. Ou pelo menos, ela achava que não.
— Em primeiro lugar, é uma gargantilha e não uma coleira - Respondeu Visenya e foi sua vez de aproximar-se do tio o fazendo dar alguns passos para trás. — Em segundo lugar, em nossas veias corre o mesmo sangue, querido tio. O sangue de dragão, o sangue Targaryen da Antiga Valíria. Então não, ainda que eu me torne Lady do Norte, não sou uma loba.
Visenya dizia tudo aquilo com confiança e coragem, as quais nem ela sabia que tinha. Seu coração acelerava queimava a cada passo mais próximo de Aemond.
— E em terceiro lugar, apenas tirei o colar para colocar a gargantilha por um instante. Não é como se eu nunca mais fosse usá-la. Cregan é meu noivo, eu não podia simplesmente...
— Seu noivo - Aemond riu baixinho. — Então já se conformou com isso? Me lembro que você dizia não desejar se casar. Agora vejo que você não desejava se casar comigo.
— Eu sou a futura herdeira do Trono de Ferro e como princesa de Westeros, eu tenho deveres e obrigações.
— Uau, meus parabéns, Visenya. Quanto tempo levou para desenvolver e decorar este seu discursinho patético?
Aemond cuspiu as palavras. Os olhos de ambos brilhando em fúria, o ar parecia ter se tornado muito quente de repente. Visenya inclinou a cabeça sutilmente para o lado, encarando Aemond como se ele tivesse acabado de a desafiar.
— Não se esqueça de que quem arranjou este casamento foi a sua querida mamãezinha, Aemond.
— E você aceitou.
— O que eu poderia fazer? Eu era uma criança, nós éramos! - Visenya bufou. De repente, Aemond tentou tomar o colar de aço valiriano da mão da sobrinha mas ela não permitiu. — Mas o que é isso?
— Não precisa mais dele. Já tem a gargantilha que ganhou do seu noivinho. Devolva-me.
— Não.
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𝐆𝐀𝐌𝐄 𝐎𝐅 𝐒𝐔𝐑𝐕𝐈𝐕𝐀𝐋 • 𝐡𝐨𝐮𝐬𝐞 𝐨𝐟 𝐭𝐡𝐞 𝐝𝐫𝐚𝐠𝐨𝐧
FantasyOnde Visenya Velaryon luta pelo trono em um violento jogo de sobrevivência chamado Dança dos Dragões.