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  Cassandra Baratheon mantinha-se séria, com fúria brilhando em seus olhos enquanto seu pai quase a puxava até o altar onde Aegon Targaryen a esperava. A cada passo, Cassandra implorava aos deuses que mandassem um impedimento, um dragão, um raio que partisse Aegon no meio, qualquer coisa. Mas nada aconteceu e ela foi colocada frente à frente com ele.

  O Septão iniciou a cerimônia e Cassandra olhou fixamente nos olhos do usurpador, como se pudesse amaldiçoá-lo mentalmente enquanto o manto da Casa Baratheon era tirado de suas costas e substituído por um manto verde com o símbolo da Casa Targaryen em dourado.

— Vossas Graças - O septão saudou Aegon e depois Alicent. — Meus Lordes, minhas Ladys, nós nos colocamos aqui na presença dos deuses e dos homens para testemunhar a união deste homem, o rei Aegon da Casa Targaryen, e de sua noiva, Lady Cassandra, da Casa Baratheon.

E o septão Hyllard seguiu fazendo um longo e alto discurso envolvendo passagens nas escrituras d'A Estrela de Sete Pontas, citando todas as sessões que falavam sobre a união e matrimônio de forma muitíssimo melancólica, mas a cada palavra que deixava sua velha boca, Cassandra sentia vontade de gritar e sair correndo dali, enraivecida por estar sendo vendida aos Verdes. Mas manteve-se plena, ignorando Aegon e mirando o septão por todo o discurso. Aegon a olhou e sabia que ela estava furiosa, pois, mesmo escondida por um fino e quase transparente véu, ele via uma terrível tempestade em seus olhos escuros.

— Você está linda - Ele sussurrou para ela que inicialmente o ignorou. — Perdeu sua língua, minha noiva?

— Não mas assim que os Pretos souberem disso, você perderá a sua.

  Ela retrucou em um sussurro que fez Aegon apertar sua mão firmemente. Cassandra não estava apoiava Rhaenyra (e tampouco apoiava o usurpador) mas para se livrar de seu detestável noivo ela estava disposta a tudo.

O homem da fé seguia com suas irritantes palavras sobre amor, respeito, princípios de matrimônio e desejo dos deuses sobre estas coisas. Cassandra mirou seu pai, Lorde Borros, se perguntando como ele podia ser tão cínico e tão burro ao ficar bem no meio de Pretos e Verdes.

Quando a cerimônia finalizou,
Cassandra tinha uma coroa na cabeça a qual pertencera à Helaena Targaryen. Ela tentou desviar seu rosto para que Aegon não a beijasse mas foi completamente em vão. O casamento se encerrou totalmente quando o rei usurpador selou seus lábios aos de sua esposa, sussurrando logo em seguida:

— Eu disse que você seria minha, Cass. E como seu marido, já deixo claro que não quero mais vê-la usando cinza. A partir de hoje, apenas verde.

— Eu prefiro fazer a caminhada da vergonha e andar nua por toda a Westeros do que usar essa maldita cor.

  Ela retrucou enquanto era forçada a agarrar o braço dele rumo ao banquete em comemoração ao matrimônio. Cassandra não tocou na comida uma vez sequer, encarando cada um da mesa enquanto planejava o verdadeiro inferno que faria naquele lugar. Se era para ser esposa de Aegon Targaryen, então ela o faria se arrepender amargamente de sua decisão.

— Uh... eu ainda não te pedi perdão pelo vestido. - Aemond sussurrou para sua esposa que propositalmente, estava o evitando há dias.

— Por que guardava um vestido da Visenya?

— E-eu não guardava. Apenas...estava lá.

— Parecia ter grande valor sentimental para você - Alys retrucou, fingindo estar magoada. — Você simplesmente surtou.

— Me perdoe, Alys. Eu... eu simplesmente não aguento mais ver ou ouvir nada relacionado à Visenya.

— Eu já ouvi histórias sobre vocês, Aemond. Como vocês eram, o amor avassalador. Tudo isso acabou?

𝐆𝐀𝐌𝐄 𝐎𝐅 𝐒𝐔𝐑𝐕𝐈𝐕𝐀𝐋 • 𝐡𝐨𝐮𝐬𝐞 𝐨𝐟 𝐭𝐡𝐞 𝐝𝐫𝐚𝐠𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora