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— Meu filho - disse Alicent, ao entrar no quarto de Aemond. Ela sorriu, indo até ele e o abraçando forte. O príncipe relutou em abraçar a mãe no início mas lentamente, envolveu seus braços ao redor dela. — Eu senti tanto a sua falta.

— O que fez com o castelo, mãe? Achei que tinha entrado em Vilavelha.

— Os deuses nos ajudam e nos guiam por um caminho melhor, meu querido.

  O único olho de Aemond fixou-se no colar que sua mãe usava. O pingente era a estrela de sete pontas, símbolo da Fé dos Sete. O príncipe franziu a testa.

— Você não vai brigar comigo? Surtar?

— E por que eu faria isso?

— Eu fugi com a Visenya, casei com ela e ainda por cima a engravidei. Além de ter passado todos esses meses morando com a Nyra, eu pensei que você...

— Meu filho - Alicent riu, sentindo o ódio lhe consumir por dentro. Principalmente ao ouvir o apelido pelo qual Aemond chamara a irmã. — Nada disso importa mais. Você está aqui comigo outra vez.

Ela ficou na ponta dos pés para beijar a testa do filho e quando se afastou, a rainha verde respirou fundo, cruzando as mãos à frente do corpo.

— Mas preciso conversar com você a respeito de uma coisa.

— Que coisa?

Antes que a rainha respondesse, a princesa Visenya entrou no quarto, a expressão se fechando quase de imediato.

— Vossa graça - disse a princesa enquanto Alicent esperava que ela fizesse alguma reverência mas ela não o fez. Havia sarcasmo na voz de Visenya. — Que surpresa vê-la pelo castelo. Não fez questão de nos receber então achamos que havia ido embora.

— Me perdoe, querida. Eu estava ocupada com os assuntos do reino. São tantas petições, acordos e...

Alicent sorriu forçadamente, aproximando-se de Visenya que estranhou quando a Hightower tocou sua barriga. Ela deu alguns passos para trás, assustada mas Alicent não tirou a mão de sua barriga.

— Meu neto - Ela deu o sorriso mais falso do mundo. "Bastardo imundo, essa coisa com sangue Strong não é e jamais será o meu neto", ela pensou.

— Neta.
Corrigiu Visenya, dando mais alguns passos para trás até que a mão de Alicent se afastasse dela. Aemond se pôs ao lado da esposa, estranhando o comportamento dócil da mãe.
— Eu tenho quase certeza de que é uma menina. Se chamará Rhaenys.

— Como a esposa do Conquistador.

— E como a minha avó, Rhaenys Targaryen.

— A rainha que nunca foi - Alicent complementou a fala dos dois, sentindo vontade de rir pois outra Rhaenys também não seria rainha. Ela não permitiria. — Desejo muitas felicidades para vocês e essa criança. Que os deuses abençoem os dois e a minha querida neta.

  Visenya e Aemond se entreolharam, desconfiados. O príncipe estava quase se convencendo de que sua mãe estava se arrependendo dos próprios erros mas Visenya sabia que havia algo de errado ali.

— Se me dão licença, eu preciso ir. A agenda de uma rainha é muito cheia, como podem observar.

  Ela soltou uma risadinha baixa e irritante antes de se retirar do quarto. Visenya franziu a testa em confusão.

— Ela enlouqueceu de vez?

— Eu acho que ela só está tentando se redimir com você, comigo... talvez com a sua mãe também.

Disse Aemond, sentindo uma pontinha de esperança de que sua mãe poderia melhorar. De que tudo poderia melhorar outra vez. Visenya balançou a cabeça negativamente.

𝐆𝐀𝐌𝐄 𝐎𝐅 𝐒𝐔𝐑𝐕𝐈𝐕𝐀𝐋 • 𝐡𝐨𝐮𝐬𝐞 𝐨𝐟 𝐭𝐡𝐞 𝐝𝐫𝐚𝐠𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora