008

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— Você não me assusta, tio - respondeu Visenya, tentando encará-lo mas toda vez que olhava para Aemond, seu coração acelerava e um frio na barriga lhe tomava. O príncipe riu, girando a princesa e depois a puxando de volta para si, depositando as mãos em sua fina cintura.

— Não é o que parece. Não consegue me encarar.

— Acredito que seria melhor encarar um Gato das Sombras novamente ou quem sabe, um outro dragão selvagem.

— Acredite, sobrinha. O seu ódio é recíproco. Mas estou curioso - Aemond puxou o queixo de Visenya devagar, a fazendo olhar para ele. Olhos de oceano, ele pensou.  — Se me odeia tanto, por que ainda usa o colar?

  Da mesa, Alicent observava tudo apreensiva. Visenya mal havia chegado e a rainha já queria que ela fosse embora, de preferência, para bem longe de seu filho. O rei Viserys inclinou-se para a frente, esfregando o olho que havia ficado fora da máscara.

— Alicent, por que Daemon e Rhaenyra estão dançando novamente? Esses dois, olha...

— Meu pai - chamou Rhaenyra, fazendo o velho rei olhá-la. — Eu estou bem aqui. Aquele é seu filho Aemond e sua neta, Visenya.

— Exatamente. Não vê os cabelos castanhos, querido?
Alfinetou Alicent com seu veneno.

— Não vai me responder, Visenya? Um Gato das Sombras comeu a sua língua?

— Eu me acostumei com ele. Apenas isso. Nem sequer lembrava que você o havia me dado.

— Tem certeza? - Aemond riu, com deboche enquanto ambos se moviam pelo salão. Uma onda de coragem e atrevimento invadiu Visenya, a fazendo dizer:

— Se preferir, eu o retiro. Vai dar para uma de suas putas?

— Não, não o tire. Você fica bem com ele. Melhor do que com aquela "coleira" que o Stark estava para lhe dar.

— Para sua informação, era uma gargantilha e... - Visenya arqueou a sobrancelha e com um sorriso irônico nos lábios, sussurrou: — Oh, você está com ciúmes, meu tio?

  Visenya observou o exato momento em que a pupila de Aemond se dilatou, seu olho azul claro se tornando escuro. O príncipe puxou Visenya para mais perto, podendo sentir a respiração ofegante da princesa em seu rosto.

— Eu... - Então, ele percebeu o olhar de sua mãe sobre si e como se tivesse levado um banho de água fria, afastou-se da sobrinha em sincronia com o final da música. — Por que eu teria ciúmes de uma bastardinha como você?

   Visenya fechou as mãos ao lado do corpo, os olhos brilhando em fúria. Amaldiçoou a si mesma mentalmente por ter aceitado dançar com ele. Miserável, pensou ela, ele nunca iria mudar, Aemond Targaryen era um canalha. Antes que uma discussão se iniciasse, Cregan Stark aproximou-se, parando ao lado do príncipe que não conseguiu disfarçar a sua raiva.

— Com sua licença, príncipe Aemond, acho que é a minha vez de dançar com a minha noiva.

Cregan sorriu para Visenya. Aemond apenas saiu da sala, sem dizer nada. Ele não ficaria ali para assistir os pombinhos dançarem juntos. O jovem Stark curvou-se antes de estender a mão para a princesa.

— Me daria a honra desta dança, minha princesa?

— Mas é claro, milorde - Visenya forçou-se a sorrir e entrelaçou sua mão à de seu noivo. Sua mente estava a mil, ela tentava se acalmar mas seu coração queimava. Talvez de amor, talvez de ódio.

Concentre-se, Visenya. O que quer que sinta pelo Aemond, sacrifique e deixe para trás.

— Você está bem? - Cregan perguntou, a princesa apenas confirmou com a cabeça. — Percebi que você e o príncipe Aemond não se dão muito bem.

𝐆𝐀𝐌𝐄 𝐎𝐅 𝐒𝐔𝐑𝐕𝐈𝐕𝐀𝐋 • 𝐡𝐨𝐮𝐬𝐞 𝐨𝐟 𝐭𝐡𝐞 𝐝𝐫𝐚𝐠𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora