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  Na manhã seguinte, a princesa Visenya desfrutou da mais linda cena ao acordar. Encontrava-se abraçada à Aemond, que dormia serenamente, alguns fios brancos lhe caindo sobre o rosto. Ela notou que em algum momento da noite anterior, ele havia colocado o tapa-olho novamente. Aquilo sempre seria uma insegurança para ele.

Visenya não disse nada, nem sequer se moveu, poderia ficar a vida inteira ali o assistindo dormir. Sabendo que o homem com quem estava abraçada não era mais apenas seu tio ou seu amante mas sim, seu marido, até a morte. Alguns minutos depois, o príncipe Aemond abriu lentamente seu único olho bom, despertando de seu sono. Ele sorriu, puxando Visenya para mais perto de si.

— Bom dia, esposa.

— Bom dia, marido - Visenya riu, lhe dando um rápido beijo. — É tão bom dizer isso.

— Concordo. E é ainda melhor saber que irei acordar todos os dias com você ao meu lado.

O sorriso de Aemond mudou de fofo para malicioso em apenas um instante. Ele já estava indo para cima de Visenya quando ela o empurrou lentamente de volta para seu lugar, rindo.

— Devagar aí, mocinho. Quero discutir uma coisa antes.

— Eu também quero discutir uma coisa mas não é exatamente com palavras. 

O príncipe escorregou sutilmente a mão até um dos seios de Visenya, que lhe deu um rápido tapa na mão.

— Aemond! - Ela riu, sentando-se na cama. — Eu falo sério.

  Deitado, Aemond pôde observar atentamente as cicatrizes que ainda permaneciam nas costas de Visenya. Estavam ali desde que ela tinha doze anos e havia sido atacada por um Gato das Sombras. E também haviam algumas pequenas cicatrizes em seus braços e ombros, ocasionadas por ele mesmo, na fatídica noite em que perdeu seu olho. Uma pontinha de culpa lhe atingiu ao ver as marcas que lhe fizera.

— Pode dizer, querida. Estou ouvindo.

— Eu quero ir para Pedra do Dragão.

Disse Visenya, fazendo seu marido sentar-se depressa.

— Quer ser morta pelo Daemon, é?

— Está com medo, é? - Ela provocou, virando-se para ele. — Minha mãe deve estar preocupada e...sinto muita falta dela. Sei que ela nos acolherá neste momento, ao contrário da Alicent.

— O que tem minha mãe?

— Aemond, ela deve estar surtando conosco. Vai pedir a minha cabeça assim que eu pisar em Porto Real.

— Assim como o Daemon irá pedir a minha assim que chegarmos à Pedra do Dragão - Retrucou ele. — Sem contar que Rhaenyra não gosta de mim.

— Quem lhe disse isso?

— Ora, não precisa ser muito esperto para perceber. Eu quase matei o Jace, machuquei você e o Luke me fez isso...

— Meu amor, - Chamou ela, ternamente, tocando no ombro dele. — Isso ficou no passado. Minha mãe ama os irmãos, até mesmo o Aegon que não merece nenhum pouco esse afeto.

— Minha mãe me disse exatamente o contrário a vida inteira. É difícil acreditar no que está me dizendo, Nya.

— Então eu lhe provo.

  A princesa levantou depressa, caminhando completamente nua até a escrivaninha no canto do quarto, tomando o diário de sua mãe em mãos e o entregando a Aemond. O príncipe a olhou confuso, esperando alguma orientação.

— Segunda página, leia.

  Então Aemond abriu o diário escrito totalmente em Alto Valiriano, lendo em alta voz para sua esposa.

𝐆𝐀𝐌𝐄 𝐎𝐅 𝐒𝐔𝐑𝐕𝐈𝐕𝐀𝐋 • 𝐡𝐨𝐮𝐬𝐞 𝐨𝐟 𝐭𝐡𝐞 𝐝𝐫𝐚𝐠𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora