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  Visenya respirou fundo antes de entrar em seu próprio quarto, já sabendo que Cregan a aguardava e assim que girou a maçaneta da porta, lá estava ele. Sentado na cama da princesa, Cregan Stark direcionou seus olhos para Visenya assim que ela cruzou a porta. Sem dizer nada, ele apenas aguardou que ela se acomodasse à seu lado.

— Então... teremos um filho.

Ele disse após um longo tempo em silêncio. Visenya suspirou, as mãos apertando a beirada da cama.

— Sim. Me perdoe por não ter contado antes.

— Por que não me disse, Nya? - Cregan perguntou, olhando para a princesa. Muitas coisas haviam mudado mas Cregan ainda tinha aquela mesma ternura no olhar de quando Visenya o conhecera. — Acreditou que eu iria rejeitá-la? Eu jamais...

— Eu sei que não faria isso.

Visenya sorriu levemente, lembrando-se por um instante do momento em que Aemond descobrira que ela estava grávida da bebê Rhaenys, ele havia surtado. Mas agora, se vendo grávida de outro homem, Visenya pôde ver o quão gritantes eram as diferenças entre o Stark e o Targaryen.

— Mas eu estava com medo e confesso que ainda estou. Nunca vou esquecer de toda aquela dor, o sangue, ver minha filha escorrer morta pelas minhas pernas - Os olhos de Visenya estavam fixos no chão, brilhando com algumas lágrimas. — Você chegou apenas no "velório" mas não sabe como foi difícil lutar por três dias para expulsar uma criança natimorta para fora de si.

— Eu não cheguei apenas no velório, Visenya. Eu já estava aqui.

— O que?

A princesa voltou a encará-lo, com a testa franzida desta vez. Após o parto da bebê Rhaenys, ela estava tão destruída por dentro e por fora que sequer conseguiu sair do quarto até o momento do velório da princesinha. Que não ocorreu exatamente com o cadáver natimorto da criança, pois Visenya a enviara para Aemond. No entanto, durante os ritos fúnebres que foram feitos mesmo sem o corpo da bebê, a Velaryon notou a presença de Cregan e acreditou que ele havia chegado naquele momento.

— Quando eu cheguei em Pedra do Dragão para jurar lealdade à rainha, era o seu terceiro dia de parto. Eu ouvi os seus gritos, Visenya. Eu ouvi você chorar.

Dizer tudo aquilo fazia o coração de Cregan se apertar. Ele definitivamente não queria que ela passasse por tudo aquilo de novo e faria o possível para que tanto ela como a criança ficassem bem.

— E não sabe como eu quis entrar naquele quarto e ficar com você, te abraçar - O Stark entrelaçou seus dedos aos de Visenya, seus olhos castanhos a mirando. — Eu entendo que está com medo e eu também estou mas farei de tudo para que nada aconteça com vocês.

— Mas e se algo acontecer? A cada dia perco mais e mais pessoas e, honestamente, você sabe que eu não vou parar de lutar.

— Nada vai acontecer, Nya - Cregan beijou a mão dela, como se fosse uma promessa. — Eu estarei aqui com você.

  Visenya não pôde deixar de sorrir diante daquilo. Era tudo o que ela precisava, alguém que estaria ali com ela e por ela. Alguém que não a trairia na primeira oportunidade que tivesse ou tentaria a matar. Alguém que realmente a amasse, não que estivesse obcecado por ela. Alguém como Cregan.

— Eu sei que o correto, agora que todos sabem, seria nos casarmos. Mas não agora, não em meio à essa guerra. Você merece coisa muito melhor - O jovem Stark ajoelhou-se perante Visenya, fazendo ela rir por um instante. — Então, quando essa guerra acabar, me daria a honra de ser minha esposa?

— Sim, sim, sim!

Ela respondeu, rindo para ele antes de receber vários pequenos beijos pelo rosto e quando viu, estava deitada sobre a cama e Cregan estava por cima dela, apenas a observando rir.

𝐆𝐀𝐌𝐄 𝐎𝐅 𝐒𝐔𝐑𝐕𝐈𝐕𝐀𝐋 • 𝐡𝐨𝐮𝐬𝐞 𝐨𝐟 𝐭𝐡𝐞 𝐝𝐫𝐚𝐠𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora