Vestidinho fofo.

1K 62 3
                                    

As árvores balançavam com o vento, as folhas corriam pelo chão, meus cabelos voavam e meus pelos se arrepiavam pelo corpo todo.

Andei para dentro de casa e no meio do caminho ouvi um estalo de uma folha seca sendo esmagada. Olhei para trás rapidamente, minha respiração se tornando falha, e ofegante, mas não havia ninguém.

Sarah, não pira, para de paranoia, é só o vento.

Entro em casa e fecho a porta de vidro trancando-a em seguida. Respiro fundo, aliviada. Estou segura agora.

Sarah: Rafael? – sussurro – Pode parar, não tem graça!

O silêncio absoluto foi o que tive como resposta.

Sarah: Idiota eu sei que está aqui, você adora me assustar. Já crescemos, já chega!

Outra vez, engolida pelo silêncio.

Babaca.

Suspiro e ando pelo escuro em direção ao interruptor que sei que fica a minha direita. Tateei a parede pra cima e pra baixo até encontrá-lo, ligo-o, mas a luz não acendeu.

Ótimo, queda de energia, que maravilha.

Respiro fundo e continuo andando apenas com a iluminação da tela do ipod. Senti minha nuca arder, como se algum olhar estivesse me engolindo, olho ao redor apontando a tela do ipod mas o brilho não ia longe.

Não é nada. Não é? É só o Rafael tentando me assustar, como nos velhos tempos.

Sarah: Rafael para, por favor! Você sabe que eu tenho medo. – sussurro chamando sua atenção.

Sem resposta outra vez. Engoli seco a saliva e continuei andando para o hall, eu só quero chegar logo no meu quarto. Ouvi um passo atrás de mim, apenas um, o som do sapato arrastando no chão. Meu coração acelerou bombeando adrenalina por todo o meu corpo.

Eu suspirei sentindo o arrepio me eletrizar, olhei ao redor novamente apontando a pequena luz, mas não tinha nada além do breu, como das outras vezes. Meus lábios secaram com a respiração ofegante que balançava meu peito.

Eu corri, sem olhar pra trás, com a pouca iluminação desesperadamente subi as escadas, e finalmente entrei em meu quarto. Passo os dedos pelo meu cabelo emaranhado, tirando os fios que caíram em meu rosto, respirando ofegante tentando recuperar o fôlego.

Sarah: Caralho... – sussurrei.

Algo brilhou em cima da minha cama, franzi o cenho e vou na direção da luz, e me deparo com um celular, o meu celular. Meu coração disparou e quase errou uma batida, pego-o rapidamente e olho a notificação.

Conor [00:09] ~ Vestidinho fofo.

Um suspiro deixou meus lábios levando todo o fôlego que eu havia recuperado. Minhas mãos estavam trêmulas, minhas pernas estavam bambas. Corro de volta para a porta do quarto e tranco-a rapidamente.

Em um giro me virei para retornar a cama, na mesma hora trombei em uma parede, eu gritei, mas minha voz foi abafada por uma mão, o corpo grande, alto, me prensou colidindo minhas costas com a porta.

Conor: Shhh... – solta o agarre em minha boca – Sem escândalo, lobinha. – sussurra, seu hálito que exalava menta com uísque, aqueceu meu rosto.

Ergo o olhar tentando alcançar seus olhos, um lado do seu rosto brilhava dentro do capuz, com a luz da lua iluminando seus traços. Meu peito ardia, apertado, subindo e descendo. Meus mamilos endureceram, roçando contra o tecido, pressionados contra seu peito.

Doce Veneno - amor, ódio e obsessão.Onde histórias criam vida. Descubra agora