Eu quero ela fora.

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Conor

Estamos sentados na areia, formando uma meia lua voltada para a praia. Sarah está entre as minhas pernas, com as costas apoiadas em meu peito, e a sensação de tê-la tão perto me traz uma calma inexplicável. À minha esquerda, está Megan, depois Mariana, e na extremidade, Daniel, com Pedro fechando o meio círculo.

O sol brilha intensamente, e decidimos pedir um guarda-sol — uma decisão que agora lamento amargamente, pois isso deu a elas a sombra perfeita para analisar o álbum de fotos sem o reflexo do sol atrapalhar. Mas não sou um estraga-prazeres; deixo que se divirtam com isso. Na verdade, é principalmente ela quem brilha ali, seus olhinhos cintilam ao folhear as fotos, e eu poderia passar a vida inteira apenas observando-a assim.

Com delicadeza, acaricio seu quadril com as pontas dos dedos, evitando ser muito invasivo. Ela não reagiu muito esta manhã quando beijei seu pescoço e sua barriga; sei como seu corpo respondeu, mas isso não significa que sua mente esteja alinhada. Talvez até esteja confortável com isso, mas a última coisa que quero é machucá-la ou afastá-la de mim. Prefiro saborear minhas migalhas do que correr o risco de perder tudo por causa da minha pressa.

O sol não está quente o suficiente para encarar o mar diretamente, então passamos quase todo o dia ali, imersos em conversas e risadas. Percebo que nunca tinha conseguido reunir todos eles assim antes — e funcionou bem. As histórias fluíram naturalmente, trazendo risadas contagiantes que ecoavam pela praia. Foi realmente divertido e acabou distraindo não só Sarah, mas todo o grupo. Até Pedro se deixou levar, e acredite em mim, ele detesta sair da base.

[...]

Dei uma última olhada nela, dormindo tranquilamente com a cabeça apoiada no banco. A cena era tão serena que hesitei em acordá-la. Abri um pouco o vidro da minha janela e saí do carro, fechando a porta com cuidado. Enquanto olhava ao redor no estacionamento, vi o carro do Daniel se aproximar, e um leve alívio percorreu meu corpo ao perceber que eles também haviam chegado. Esperei por eles na entrada da base, e o portão se abriu com um comando do Pedro, permitindo-nos entrar. Passamos pelo enorme corredor entre as salas, onde alguns dos meus funcionários ainda estavam treinando, e seguimos diretamente para o meu escritório.

Megan: Cadê a Sarah? – Foi direta, quebrando o silêncio.

Conor: Ela dormiu no carro, não quis acordá-la. – Respondi, lhe dando um olhar de soslaio. – E a Mariana?

Daniel: Deixei ela em casa, vou ter que resolver algumas coisas na empresa quando sair daqui. – Grunhiu, jogando-se e relaxando em uma cadeira.

Conor: Como vão as importações? – Cruzo os braços em frente ao peito.

Daniel: Tudo sob controle. – Assentiu.

Conor: Acho que semana que vem a Sarah vai estar melhor um pouco. Talvez eu consiga voltar à ativa.

Daniel: Não esquenta.

Pedro: Tenho alguma missão agora? – Parou diante de nós três.

Megan: Não, pode ir pro seu casulo. – Disse em um tom zombeteiro.

Pedro: Valeu. – respondeu, balançando a cabeça como se estivesse aceitando uma derrota. – Feliz aniversário, chefe. – Ele deu uma piscadinha antes de dar as costas e seguir seu caminho.

Daniel soltou uma risada e eu contive a minha; aquele moleque é cada dia mais estranho. Ficamos observando enquanto Pedro se afastava em direção a uma área privada atrás da sua sala — o lugar onde deixei ele transformar os cômodos em um verdadeiro "santuário" tecnológico. Resumindo: É a casa dele. Ninguém nunca ousou entrar lá dentro, mas eu tenho certeza de que ele deve ter transformado em um enorme CPU.

Doce Veneno - amor, ódio e obsessão.Onde histórias criam vida. Descubra agora