De que lado você está?

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Caminhamos pelo condomínio enquanto conversamos. Meu irmão já sabia do noivado pois já tinha conversado pelo celular – ele obviamente não gostou da ideia, principalmente por ser com o Gabriel, mas infelizmente não podemos mudar isso – ele apenas me ouviu atentamente reclamar e reclamar, isso já era o bastante pra me acalmar um pouco.

O que vem me intrigando por dias, é o por que, que meu pai simplesmente não devolveu o dinheiro deles e foda-se? Por que eles tem essa moral toda? Esse poder de escolha como se fossem donos do mundo e nós meros empregados feitos pra lhes agradar.

Quando perguntei isso ao meu irmão ele ficou receoso, como se estivesse indecido em me contar ou não a verdade. O silêncio entre nós me deixava ainda mais curiosa. O que poderia ser? Mas depois de alguns minutos procurando o que dizer, ele disse que iria me mostrar, e que era pra eu estar pronta às nove horas da noite. Não me esqueço de suas palavras, que na hora me tirou uma boa risada:

"Pode por favor, usar algum vestido que não vai me matar de ciúmes? Por favor, pelo menos hoje."

[...]

Me olho no espelho analisando o vestido

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Me olho no espelho analisando o vestido. Desculpa irmãozinho, mas não posso deixar de ser gostosa. Deslizo meus pés numa elegante bota de salto alto, que se estende até a altura do joelho, e pego minha bolsa. A porta do quarto rangeu, anunciando a entrada de alguém. Ao olhar pelo espelho, avistei Gabriel.

Gabriel: E aí minha gata, a onde pensa que vai? – diz fechando-a em seguida.

Sarah: Vou sair com meu irmão. – respondi seca, enquanto terminava de colocar meus acessórios.

Gabriel: Não, você não vai. – ele disse em um tom autoritário.

Arfei, zombando da fala.

Gabriel: Nós estamos noivos Sarah, você não pode andar por ai como se estivesse solteira. – se aproxima.

Sarah: Posso sim. – o alfinetei.

Gabriel: Ainda mais com esse vestido. – para atrás de mim e segura minha cintura, os dedos cravando em minha pele.

Sarah: Arg! – reviro os olhos – Não me toca! – saio do seu agarre e dou as costas, andando em direção a porta do quarto.

Antes que eu pudesse tocar na maçaneta, a porta se abriu revelando a figura imponente do meu irmão ocupando toda a moldura.

Rafael: Está pronta?

Ele me olhou dos pés à cabeça, franzindo o cenho. Seu ciúme pela minha roupa curta e decotada estava estampado em seu rosto. Seus olhos então passaram por cima de mim, encontrando Gabriel do outro lado do quarto. Ele fechou a expressão em uma carranca.

Rafael: O que ele está fazendo aqui?

Gabriel: Vim ver minha noiva. – provocou.

Rafael: Não falei com você. – rosnou.

Doce Veneno - amor, ódio e obsessão.Onde histórias criam vida. Descubra agora