O que você fez comigo?

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Conor segurou meus punhos no ar antes que eu pudesse acertá-lo com outro soco ou tapa. Eu já não tinha mais controle sobre aquilo, ou sobre mim mesma, nem mesmo sobre as minhas lágrimas. Então, ele me puxou com força e me enlaçou em seus braços, meu rosto batendo contra seu peito e sendo pressionado ali.

Ouvi-o respirar fundo meu cheiro, enquanto seus dedos se cravavam em minha cintura, me puxando ainda mais para perto de seu corpo como se eu fosse atravessar a pele e fundir-me a ele. Eu não conseguia parar de chorar, sem saber se era de raiva por ele ter feito aquilo comigo, se era pela dor de imaginar que ele poderia se arrepender de me amar, ou se era pela saudade que sentia.

Ele me pegou em seus braços como se fosse um bebê, e tudo que consegui fazer foi me afundar em seu peito e chorar. Ele começou a se mover, mas eu realmente não estava nem aí. De repente, senti algo macio abraçando minhas costas e me afastando dele. Ao abrir os olhos, percebi que estávamos em seu quarto, e ele estava me colocando na cama. Antes que eu pudesse processar o que estava acontecendo, ele juntou meus punhos e os amarrou com seu cinto. Meus olhos se arregalaram e minha boca ficou seca.

Sarah: O que... O que está fazendo? – Arfei, assustada, tentando soltar meus punhos de seu aperto. Era impossível. – Eu não quero transar, Conor! – Vociferei.

Ele permanecia em silêncio, quase como se tivesse perdido a língua, exceto pelas bobagens que havia dito ao chegar. Conor me puxou pelo cinto, prendendo-me na cabeceira da cama como da última vez, meus músculos se esticando com o movimento.

Sarah: Eu não quero transar! – Repeti, rangendo entre os dentes, as lágrimas grossas queimando minhas bochechas.

Eu poderia gritar, mas quem viria me ajudar? Os seguranças que apenas obedecem a ele? Ou as duas mulheres prostradas lá embaixo? Nem sequer iriam me escutar. Procurei seus olhos com urgência, implorando para que ele me encarasse de volta e visse o meu desespero. Desta vez, não estou excitada.

Sarah: Conor! – Supliquei.

Ele ainda estava em silêncio, evitando olhar diretamente nos meus olhos. Isso não é típico dele. Ele nunca agiria assim comigo. Ou agiria? Meu coração disparado começou a falhar todas as batidas ao vê-lo se inclinar sobre mim, segurando meus tornozelos firmemente contra a cama e começando a beijar meus pés. Eu rosnei, contorcendo-me, mas mesmo se eu tivesse o dobro da minha força, não conseguiria me soltar.

Sarah: Não, não, não, não... – Murmurei, deixando as lágrimas fluírem livremente.

Ele continuava subindo os beijos lentamente, percorrendo cada centímetro das minhas pernas, num ritmo agonizante. Cada momento que passava me aprimorava mais da iminente violência que estava por vir. Se ele me violasse... Sabia que desta vez seria ainda pior, não apenas fisicamente doloroso, mas também quebraria algo dentro de mim de uma maneira irreversível. Ficaria marcada para sempre. Quebrada pra sempre.

Sarah: Conor, por favor, não faça isso. – Supliquei. – Ei, olhe para mim. Vamos conversar. – Chorava, observando-o prosseguir com os beijos lentamente pelas minhas coxas.

De repente, senti a pressão de seus dentes marcando minha pele com violência, no lado inferior da coxa, quase alcançando a virilha. Um grito estremeceu minha garganta e minhas costas se arquearam diante da intensa dor. Ele apertou com mais força, como se quisesse arrancar um pedaço de mim, meus olhos se arregalaram e os soluços quase me sufocavam. A dor pulsante queimava minha pele, formigando freneticamente naquele local, até que finalmente ele cedeu, deixando sua marca sangrenta em minha coxa.

Seus olhos encontraram os meus por um instante, meu peito subia e descia descompassado, ele desviou o olhar para o meu biquíni e então voltou a me encarar, como se fizesse uma promessa silenciosa de repetir o ato ali mesmo. Balancei a cabeça em negação desesperada, tentei me mover, mas seu corpo pesava sobre o meu, mantendo-me imóvel. Então, ele beijou carinhosamente minha boceta coberta pelo biquíni, tão brevemente que mal pude sentir.

Doce Veneno - amor, ódio e obsessão.Onde histórias criam vida. Descubra agora