Você é minha, Sarah.

1.1K 68 1
                                    

Meus olhos ardiam com as lágrimas querendo escapar, meu coração batendo descompassado ao pensar que esse era o meu destino, no qual não consigo fugir. Ele não se importou nenhum segundo comigo, não perguntou nenhum momento se eu estava bem. Eu devia ter desconfiado que ele não dava a mínima pra mim, ou pro meu bem estar. Eu sou apenas um pião no seu jogo. Nada mais.

Sarah: Pai, por favor. – implorei, murmurando baixinho, meu queixo tremendo, lutando contra a vontade de chorar.

Antônio: Já está feito Sarah.

Balanço a cabeça em negativa, implorando, mais uma vez.

Antônio: Essas pessoas são os convidados dos Ricci, a família deles tem essa tradição, e você não vai estragar tudo. – disse entredentes.

Sarah: Por que? – funguei, incapaz de segurar uma única lágrima que escorreu do meu olho.

Antônio: Agradeça ao merdinha do seu irmão. Você acha que eu sou o vilão aqui, não é? – sussurrou.

Franzi o cenho, tentando compreender suas palavras, porque meu irmão teria se envolvido nisso?

"Independente do que ele te dizer"

Lembrei da fala do meu irmão no quarto. Então era isso? Não. Rafael não faria isso comigo. Ele odeia o Gabriel tanto quanto eu. É mentira.

Sarah: O Rafa nunca faria isso comigo. Se essa é a sua tentativa de me jogar contra ele, falhou. – eu disse limpando o rosto com as costas da mão.

Antônio: O elo inseparável dos irmãos. – ele sorriu, fingindo estar tendo uma boa conversa comigo – Seria fofo se não fosse patético! Se soubesse a verdade sobre seu querido irmão, teria mais repulsa por ele do que tem de mim.

Fiquei em silêncio, entalada com o nó em minha garganta. Eu estava trêmula, ansiosa, nervosa, temendo o meu futuro. Eu não o quero.

Sarah: O que ele fez? – perguntei depois de alguns minutos.

Ele virou outra dose de uísque que o garçom havia acabado de servir, e me encara com o olhar sádico, ele estava gostando disso.

Antônio: A lamborghini que você e seu irmão saíram pra passear era dos Ricci, estava paga, adiantado, três milhões Sarah. Você sabe o quão raro é essa merda? Não sabe.

Engoli a seco, a saliva desceu rasgando minha garganta, dilacerando-me por dentro. Eu não quero. Eu não vou me casar.

Antônio: Eles não queriam outro carro e nem o dinheiro de volta. Até que seu ex namoradinho apareceu pedindo aos pais que quitassem a dívida se você aceitasse se casar com ele. Eles aceitaram a proposta sem pestanejar, e eu também. Sua linda cabecinha vale três milhões.

Ele respira fundo e passa os dedos pelo cabelo. Abaixei o olhar encarando a mesa com os olhos inundados, outra lágrima caiu, o pingo molhado esparramou em meu vestido, deixando uma manchinha que logo desapareceu.

Antônio: Engula a porra do choro e sorria, seu noivo está vindo.

Limpei o rosto rapidamente e ergui a cabeça, endireitando a postura.

Gabriel: Aqui está, seu dry martini com azeitona extra. Eu sei que você gosta. – disse deixando o drink em minha frente.

Encarei a taça na mesa com os olhos pesados, carregados de raiva e desprezo. Queria jogar a taça longe ou simplesmente quebrar-lá na sua cabeça, e depois enfiar os cacos em seus olhos pra que nunca mais olhe pra mim.

Doce Veneno - amor, ódio e obsessão.Onde histórias criam vida. Descubra agora