Por favor, que eu esteja delirando.

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Conor

Peguei o baseado e bati a ponta na mesa para compactar o conteúdo, depois enrolei a seda restante e a fechei. Levei-o à boca e acendi com o isqueiro. Ao dar uma tragada forte, uma sensação intensa subiu imediatamente para minha cabeça, fazendo-me recostar na cadeira. Encarei o teto, piscando algumas vezes enquanto dava mais uma tragada, sentindo a brisa forte invadir minha mente.

Porra... Isso é bom pra caralho.

Eu jurei a mim mesmo que pararia, especialmente depois daquela noite em que exagerei, ficando tão chapado e paranoico que a sequestrei no dia seguinte. Mas essa porcaria era a única coisa que conseguia desligar minha mente. Não consigo parar de pensar um minuto sequer naquela filha da puta. E quando a maconha entrava, ela saía, me proporcionando alguns minutos de paz, até que seu rosto voltasse a tomar forma na minha mente.

Traguei mais uma vez, e outra, e mais uma, até sentir meus dedos esquentarem com a brasa quase tocando minha pele. Respirei profundamente, erguendo a cabeça e deixando apenas a ponta queimada no cinzeiro. Pisquei lentamente, sentindo-me atordoado, forcei as pálpebras juntas para tentar focar. Levei a mão ao meu pescoço e afrouxei a gravata. Droga, eu odeio essa coisa, por que diabos precisamos usar isso mesmo?

Que se foda.

Puxei a gravata com força, arrancando-a do meu pescoço, e no mesmo instante a porta do meu escritório se abriu, a claridade vinda de fora incomodando meus olhos. Uma silhueta com belas curvas caminhou em minha direção, estreitei os olhos tentando focar na figura que se aproximava, e um sorriso se estendeu em meus lábios ao ver o rosto se materializar diante de mim. É o rosto que tira meu fôlego.

Conor: Oi amor... – murmurei.

Ela sorriu de volta enquanto rodeava a mesa e em seguida empurrou minha cadeira, girando-a para o seu lado e lhe dando passagem, para sentar em meu colo. Senti sua bunda esparramar em minha coxa e involuntariamente espalmei minha mão nela, apertando a carne por cima do tecido. Fiquei inebriado com a sensação de tê-la em cima de mim, mas essa sensação sumiu num piscar de olhos quando senti a ardência em meu rosto.

Isso foi um tapa? O que...

Megan: Acorda seu doente!

Pisquei algumas vezes e chacoalhei a cabeça, desiludido ao ver Megan em cima de mim, e não a minha lobinha. Caralho... Eu estou alucinando.

Megan: Se você falar o nome dela enquanto encosta em mim eu vou te matar.

Franzi o cenho engolindo a saliva em seco, sentindo minha boca ressecada, confuso e completamente chapado.

Megan: Quantos você fumou hoje? Não são nem meio dia, quantos você fumou?

Color: Cala a boca porra! Para de falar! – empurrei suas costas, tirando-a de cima de mim.

Megan: Grosso! – disse cambaleando enquanto se levantava, mas recuperou o equilíbrio rapidinho.

Conor: Grosso é meu pau. O que que você quer? – disse ríspido, cocei os olhos, ainda incapaz de focar em qualquer coisa a minha frente.

Megan: Presta atenção. – de repente sua voz ficou distante.

Conor: Hum? – grunhi.

Megan: Você pelo menos está me ouvindo? – estalou os dedos em frente ao meu rosto.

Dei um tapa em sua mão, me sentindo estranhamente irritado.

Conor: Caralho o que que você quer? – rosnei.

Megan: Eu consegui a localização da boate, estava debaixo do nosso nariz esse tempo todo.

Assenti, ainda confuso, mas consegui compreender o que ela dizia.

Doce Veneno - amor, ódio e obsessão.Onde histórias criam vida. Descubra agora