Sentiu saudades?

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Conor

Olhei em meu relógio de pulso, notando que já era duas e meia da manhã, e eu não conseguia pregar os olhos. A sensação de tê-la em meus braços era como se eu estivesse completo novamente, como se tudo estivesse nos trilhos. E eu não queria perder um segundo dormindo ou olhando para outro lugar que não fosse ela. Mas a verdade é que eu sou apenas um egoísta do caralho. Não tirei os olhos dela por nenhum segundo, enquanto dormia tranquilamente, claramente exausta pelo dia de merda que teve. Tão forte e tão delicada. Meu braço já estava formigando e dormente pelo peso de sua cabeça em uma posição não muito confortável, mas eu não queria tirá-la dessa paz.

Após algum tempo, notei Taylor e Jonas chegarem, junto com a mensagem que chegou em meu celular avisando que de fato chegaram e perdiram desculpas pelo atraso. Eles não faziam ideia de que eu estava ali dentro. Com a mão livre, enfiei-a por baixo de sua cabeça e segurei, retirando meu braço debaixo dela e acomodando-a no travesseiro. Ela grunhiu sonolenta, mas continuou dormindo; não pude conter o sorriso que se formou em meus lábios. Levantei-me em movimentos leves e silenciosos, deixando o quarto logo em seguida.

Conor: Chegaram cedo. – ironizei, fechando a porta atrás de mim e passando por eles. Cruzei os braços em frente ao peito e os encarei. – Onde você estava hoje, Taylor? Pelo que entendo sobre trabalho, alguém paga e a outra faz o serviço, não é? – caçoei – Então, por que diabos eu te pago e você não faz o seu serviço, hum? O que aconteceu? Ficou preso no trânsito? Cochilou? Precisou levar sua avó para o karatê? Eu não entendo o que poderia ser mais importante do que a porra da minha ordem. – rosnei, entredentes.

Taylor: Eu não a vi sair do apartamento Senhor Herrera, foi um erro meu. – acenou com a cabeça.

Conor: Não me diga. – sorri nada genuíno – Lógico que não foi incompetência sua, foi mérito total do desgraçado que a sequestrou. Não acha? – apoiei minha mão em seu ombro, sentindo-o ficar tenso.

Taylor: Não irá se repetir.

Conor: Não irá se repetir. – o imitei, cravando meus dedos em sua pele, apertando o tendão em seu ombro – É bom que abra bem os seus olhos Taylor, e grude a porra das suas íris na segurança dessa mulher. Porque se algum inseto que seja picar o braço dela, eu vou fazer você engolir as próprias bolas. Eu vou te entortar como a porra de uma latinha. – murmurei apenas pra que ele ouvisse, finalizando com um sorriso sádico.

Observei sua garganta pulsar ao engolir em seco. Cravei os dedos um pouco mais fundo e ele gemeu, não era algo torturante, mas, doía, doía pra caralho. Eu sabia que se forçasse um pouco mais, poderia inflamá-lo, o que só daria mais motivos para sua incompetência. Então, o soltei, vendo-o suspirar aliviado.

Conor: Já que estamos entendidos, eu vou resolver algumas coisas, espero voltar e vê-la tão tranquila como a deixei. Hum? – arqueeei as sobrancelhas – Serve pra você também Jonas.

Eles assentiram.

Rafael: Não precisamos dos seus capangas. – a voz irritante do babaca do irmão da Sarah ecoou em meus ouvidos.

Conor: Ah porra... – resmunguei, revirando os olhos.

Que cara insuportável.

Rafael: Você já pode ir embora, e leve os seus capachos.

Me virei e respirei fundo, vendo-o limpo, claramente recém-saído do banho e com o cabelo penteado. O cheirinho de cachorrinho do papai chegou a pinicar minhas narinas.

Doce Veneno - amor, ódio e obsessão.Onde histórias criam vida. Descubra agora