O baile, part 2.

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Sarah

Sarah: Você é um mentiroso de merda! – rosnei.

Rafael franziu o cenho e se virou para mim, a expressão envergonhada e os olhos arregalados me advertindo.

Sarah: Você sabia que ele ia estar aqui? O papai sabe que você me trouxe? Por que pelo que eu sei, me trazer aqui, significa que você quebrou umas das regras do acordo! – vociferei.

Rafael: Sarah! – agarrou meu braço com força.

Sarah: Vai à merda seu fodido! – sacudi o braço tentando arrancar sua mão.

Antônio: Ei! Ei! Ei! – ouvi sua voz aproximar e logo seu braço esquerdo parou em meus ombros, e o direito no de Rafael – Aqui não crianças. Solta ela Rafael.

Sarah: Idiota! – resmunguei.

Antônio: Ela está certa, e você me ferrou agora filho. Eu ainda sou o líder, o que significa que você ainda atende as minhas ordens, e não sai fazendo o que bem acha que entende. Onde ele está filha?

Sarah: Eu não vou te contar. – franzi o cenho.

Rafael: Essa traidora ainda acoberta ele. – rosnou.

Antônio: Eu não vou entregá-lo Sarah, pode confiar no papai pelo menos uma vez?

Sarah: Não! – cruzo os braços.

Rafael: Urgh! – rosnou, dando as costas para nós.

Desgraçadinho.

Antônio: Preciso conversar com ele Sarah. – segurou meus ombros, olhando profundamente em meus olhos.

Sarah: Então marque uma reunião pai, eu não sou seu pombo correio. – disse ríspida.

Antônio: Diga a ele pra me encontrar, em qualquer canto, ele pode escolher, mas tem que ser agora. Por favor filha, é importante. – sua voz estava séria demais, realmente parecia ser algo importante.

Respirei fundo e assenti, fazendo-o suspirar aliviado.

Sarah: Eu vou dizer mas não garanto nada. – avisei.

Antônio: Ele vai querer saber, eu sei disso. – afirmou.

Já se passavam mais de quarenta minutos desde que nos encontramos. Eu não tinha ideia de onde ele estava, e sinceramente, não me importei em procurá-lo. Não queria arruinar o que quer que fosse que ele tinha vindo fazer aqui hoje. Assim, mantive-me em silêncio, observando enquanto saboreava algumas doses de gin e petiscos oferecidos pelos garçons.

Evitei a proximidade do meu irmão e não podia me aproximar de Conor. De vez em quando, alguns homens se aproximavam para conversar comigo, claramente cientes de quem eu era, mas eu não reconhecia nenhum deles. Uma situação estranhamente bizarra. Mas eu me sentia segura sabendo que ele estava em algum lugar de olho em mim, eu podia sentir minha nuca queimar, o tempo todo.

Mas então avistei meu irmão idiota rindo e se exibindo para um grupo de homens, que pareciam ser influentes. A raiva que senti por aquele fingido foi tão intensa que não consegui conter o impulso de mandá-lo ir a merda ali mesmo, na frente dos amiguinhos dele da terceira idade.

Meu pai soltou meus ombros e virou as costas, deixando-me com a simples missão de encontrar Conor e entregar o recado. Com os lábios apertados pelo nervosismo, vasculhei o ambiente com os olhos, em busca dele. Mesmo sem vê-lo claramente, sentia seu olhar sobre mim vindo de algum lugar na multidão de rostos mascarados. Foi então que meus olhos se fixaram em fios loiros que caíam como uma cascata sobre um vestido vermelho. Ela estava apoiada nele, uma mão em seu ombro e a outra em seu peito, movendo-se em círculos no tecido. Eu vi o instante exato em que ele a afastou bruscamente, desviando o olhar dos meus. Estreitei os olhos e cerrei a mandíbula.

Doce Veneno - amor, ódio e obsessão.Onde histórias criam vida. Descubra agora