Ei... Baby

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Não deixei o babaca do Conor acabar com a minha noite. Saímos do bar com os drinks e nos sentamos em uma mesa próxima que estava vazia. Passamos horas conversando e rindo das piadas bobas e brincadeiras do Daniel; ele é extremamente gente boa. Apesar do semblante abalado, parecia querer se divertir, se distrair.

Com o tempo, mais pessoas foram se aproximando e acabei conhecendo bastante gente da empresa. O pessoal era muito legal e foi bem receptivo comigo. Eu nem vi o tempo passar! Me levantei e fui até o banheiro, já apertada de tanto rir. Fiz minhas necessidades e me olhei no espelho, ajeitando o cabelo e o batom. Sorrindo pra mim mesma, bem alegrinha por causa do álcool.

Sai olhando pra barra do meu vestido, verificando se não estava arrastando no chão, até que trombei de frente com uma parede de músculos. Fechei os olhos boquiaberta sentindo o gelado da bebida escorrer em meu vestido.

Urgh! Que ódio!

Sarah: Porra! — ergui a cabeça vendo quem era.

Tinha que ser ele, Conor.

Estreitei o olhar, demonstrando a raiva que me possuía. A última coisa que eu queria era ter que lidar com ele agora. O desprezo que eu estava sentindo era sufocante. Ele me chama pra uma festa pra poder esfregar na minha cara que ele é foda e que eu não sou a única mulher no mundo? Estava farta disso.

Conor: Des-culpa, não te vi... — ele disse com um sorriso arrogante, como se isso fosse suficiente para se desculpar.

Sarah: Claro que não viu! Sempre tão preocupado com você mesmo! — respondi, tentando manter a calma.

Ele ergueu as sobrancelhas, surpreso com a minha reação. A noite estava ótima até agora; não ia deixar esse babaca estragar tudo.

Conor: Foi... M-mal. — ele diz, com os olhos baixos, claramente encarando meus seios.

Sarah: Vai se fuder! — resmungo e passo por ele, trombando em seu corpo propositalmente.

Dei quatro passos e parei imediatamente ao ouvir o estrondo. Vidros quebrando, coisas caindo no chão. Olhei para trás e vi que ele havia caído em cima de uma mesa, de alguma forma puxando o forro e derrubando tudo, quebrando taças e pratos. Desacreditada, arfei com um sorriso irônico.

Só pode ser brincadeira.

Conor: Uh! — ri — Eu 'tô bem! — ele se levanta em meio a tropeços.

Tapo meus olhos com a palma da mão, respiro fundo e massageio a testa, tentando me controlar e pedindo paciência ao universo.

Conor: Não foi nada. — diz olhando ao redor, tentando apaziguar as pessoas que olhavam chocadas enquanto se aproximava cambaleando.

Balanço a cabeça em negativa e pisquei várias vezes, ainda sem acreditar no que estava acontecendo.

Conor: Ei... baby... — diz com a voz rouca e suave, abrindo um risinho de canto.

Um arrepio surgiu na minha nuca. Essa voz outra vez. Confesso que se não fosse tão babaca, eu me entregaria por completo agora mesmo. Ele se aproxima devagar, como um bebê aprendendo a dar seus primeiros passos. Para em minha frente e leva a mão à minha cintura.

Sarah: Não me toca! — bato no seu braço, afastando a mão boba.

Ele ergue as sobrancelhas e em seguida as mãos, se rendendo. Mas eu sabia que ele não desistiria tão fácil. A tensão no ar era palpável; eu podia sentir meu coração acelerado enquanto tentava manter a raiva à tona.

Conor: Você está simplesmente deslumbrante nesse vestido. — ele me fitou da cabeça aos pés, com um olhar que misturava admiração e malícia.

Sarah: Que você acabou de estragar! — respondi de forma ríspida, tentando manter a postura.

Doce Veneno - amor, ódio e obsessão.Onde histórias criam vida. Descubra agora