Lobinha.

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Seus olhos arregalaram quando bateram diretamente em mim, seus braços vieram em minha direção rapidamente me empurrando pelo ombro.

Sarah: O que está fazendo? – sua voz sai falha carregada de medo, ela afasta para trás arrastando o corpo até a cabeceira e apoia os braços ao lado do corpo na cama.

Seu peito descia e subia rapidamente pela respiração ofegante. Ela olha pro seu corpo e a vê semi nua, vestida com apenas sua calcinha e a blusa.

Sarah: Sai daqui! – pega o travesseiro ao seu lado e cobre suas coxas nuas.

Ergo a sobrancelha sem entender o porque dessa reação de repente. O medo estampado em seu olhar.

Sarah: Sai... – murmura com os olhos preenchidos em lágrimas.

Conor: Não vou há lugar algum.

Ela solta um riso sarcástico e ergue a cabeça piscando pra cima, segurando as lágrimas que estavam pra cair, mas foi falho quando uma desceu em direção as suas têmporas e seguindo aos ouvidos.

Sarah: Seu pervertido do caralho! Você estava tirando minha roupa enquanto... – desce o olhar a mim – Enquanto eu dormia?

Conor: O que? Não fode! Sua roupa esta molhada porra. Você estava tremendo de frio! – explico.

Sarah: Own... – faz beicinho – E claramente isso te comove! – sorri irônica – Agora me sequestrar tudo bem, né?

Conor: Eu estava chapado.

Mas que porra... eu estou dando satisfação?
Que merda tá acontecendo comigo?

Ela franze o cenho e seu olhar se transforma, em raiva.

Sarah: Ham?! – rir – Você me sequestrou porque estava chapado? – balança a cabeça em negativa limpando o rosto com as costas das mãos – Você é doente! – se levanta da cama vindo em minha direção com a cabeça erguida – Sai! – empurra meus ombros mas eu nem mesmo sai do lugar.

Conor: Sar... – ela me interrompe.

Sarah: SAI! – bate com os punhos fechados em meu peito.

Fico em silêncio sem ter o que dizer e definitivamente disposto a ignorar seu pedido.
Por alguma razão maluca eu simplesmente não quero deixá-la sozinha. Eles com certeza devem saber onde ela mora, eu não posso arriscar.

Ela rosnou com raiva como uma loba, rangendo os dentes. Não era mais a doce e frágil Sarah naquele momento.

Confesso que meus lábios se ergueram querendo abrir um sorriso, mas me contive.

Porque diabos isso me excita?

Ela avança em mim me cobrindo de murros e tapas. Me estapeou pelo peito, pelos braços, abdômen, qualquer lugar que alcançava, descontando sua fúria enquanto as lágrimas desciam.

Sarah: Porque está parado? Anda! Vai embora! – grita em meio aos prantos.

Travo a mandíbula e seguro seus punhos com força antes que me acertasse outro tapa.

Seus olhos paralisam nos meus, a boca entreaberta, a respiração ofegante. Meus olhos involuntariamente focaram naqueles lindos lábios perfeitamente desenhados e carnudos. Os fios de cabelo castanho, naturalmente ondulados bagunçados caindo um pouco em seu rosto.

Ela tenta se soltar, sacudindo meu corpo com uma solavancada, que fez me despertar dos pensamentos.

O que está acontecendo comigo?

Sarah: Me solta! – puxa os braços na tentativa de se soltar outra vez.

Conor: Para com isso porra! – empurro-a com força, fazendo com que caia sobre a cama – Quer pagar de durona agora? – me aproximo em passos lentos – Talvez eu deva te levar de volta pro cativeiro.

Pude ver sua garganta pulsar ao engolir a seco. Apoio o joelho direito na cama ficando entre suas pernas e me inclino sobre ela, segurando o corpo com as mãos apoiadas em volta da sua cabeça.

Conor: Você quer? Voltar pro cativeiro... – aproximo o rosto do seu ouvido – Lobinha. – sussurro, roçando os lábios em seu pescoço.

Ouvi o ar carregar seus pulmões em um suspiro. Pude sentir os pelinhos de sua pele arrepiar triscando em meus lábios.

Essa diaba está gostando disso?

Não.

Ela não está.

Ela está com medo.

Ela não esta na sua cabeça.

Ela não tem esse poder.

Ela não é ninguém.

Não abaixe a guarda.

Ergo a cabeça procurando seus olhos, mas os encontro fechados expremendo a pálpebra nos cílios. Os lábios torcendo um contra o outro mordiscando entre os dentes.

Caralho Sarah... Assim não.

Conor: Vou atender o seu pedido. – murmurei – So essa vez. – sussurro – Mas não conte comigo pra te salvar de novo, lobinha.

Ela suspirou outra vez e estremeceu o corpo em um calafrio. Me afasto dando uma última olhada, suas coxas arrepiadas pareciam tensas, as mãos apertavam firme a barra da blusa.

Um sorriso surgiu em meus lábios. Eu sei o que você quer, lobinha.

Doce Veneno - amor, ódio e obsessão.Onde histórias criam vida. Descubra agora