Ele me corrompeu

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Sarah

O brilho da lâmina prateada refletia um pequeno raio de sol que se infiltrava sob a janela, iluminando o ponto exato onde eu girava a faca, com a ponta pressionada na mesa de madeira. Os cabelos serpenteados da medusa entalhados no cabo pareciam ondular, e meus olhos os seguiam a cada movimento.

Ela era linda, um presente que ele me deu, uma obra-prima que nunca havia sido usada. Mas, neste exato momento, adoraria usá-la em Marco, e não porque ele acabou de interceptar um transporte do tráfico do Conor, mas sim porque ele atrapalhou a minha foda.

Conor estava furioso, gritando ao celular, enquanto eu vestia sua camisa social, sem me preocupar em fechá-la, já que estávamos sozinhos no escritório. Com os pés sobre a cadeira e uma mão abraçando meus joelhos, eu não conseguia desviar meus pensamentos... A memória de seus dentes raspando em meus mamilos enquanto eu o montava cavalgando loucamente pulsava em minha mente. Ele, estava vestido apenas com a calça e a braguilha aberta, deixava à mostra sua boxer branca, com seu pau ainda duro esmagado pelo tecido.

A verdade é que ainda estou encharcada, sedenta, com uma fome insaciável queimando dentro de mim. Faminta. Deus, eu nunca estou satisfeita. Não com ele. Sempre quero mais. E de novo. E de novo. Já se passaram quatro dias desde que consegui tê-lo só para mim. A última vez que gozei foi na mesa de jantar do meu pai, há dois dias, e não era nem ele me tocando ou me fodendo. Isso me deixa ainda mais irritada e excitada.

Sempre algo atrapalha. Sempre temos mais o que fazer. Sempre há algo mais importante ou alguém em perigo. Nunca conseguimos simplesmente passar o dia todo colados. Estou exausta de tudo isso e só quero que acabe.

Enquanto Conor continuava a gritar para o outro lado da linha, eu sentia a tensão crescendo em meu corpo, como um fio prestes a se romper. A mistura de raiva e desejo queimava dentro de mim, uma chama incontrolável que só aumentava à medida que ele se afastava emocionalmente para lidar com seus problemas. Eu queria que ele estivesse aqui comigo agora, focado apenas em mim.

Hoje, decidi vir para a empresa com ele. A sensação de que poderia perdê-lo de vista a qualquer momento continuava a arrepiar minha espinha, e eu odeio esse sentimento. Agora, experimento o gosto amargo que ele sentia ao temer que eu fosse tomada dele. E realmente fui, então não tenho dúvidas de que tudo pode acontecer e, talvez a qualquer momento, ele possa não estar mais aqui.

Conor teve quatro reuniões seguidas pela manhã com os gerentes de vendas — joias, relógios, destilados, veículos — uma para cada assunto. Estive presente em todas elas, em silêncio, mas sentindo os olhos dele em mim, queimando-me e me excitando.

Quando finalmente tivemos um tempo livre, eu o arrastei para o escritório, travei o elevador e desfiz meu vestido com pressa. Com a urgência do momento só consegui arrancar sua camisa, antes que ele estivesse completamente dentro de mim. Eu sabia que ele estava machucado; fui eu quem costurou sua pele ontem. Mas naquele instante, ele parecia não se importar enquanto eu me movia, preenchendo-me com ele por inteiro. Afinal, ele estava apenas sentado no sofá, enquanto eu fazia todo o trabalho. Cuidei dele com carinho. Até que um filho da puta decidiu ligar, trazendo uma bomba de notícias que o deixou furioso. Agora, ele estava há quinze minutos berrando ao telefone.

Paciência.

Desviei o olhar da faca no exato momento em que ele lançou o celular sobre a mesa, o som do aparelho batendo ecoando como um trovão no silêncio tenso do ambiente. Em seguida, esfregou o rosto irritado, como se tentasse afastar a frustração que o consumia. Agarrei o cabo da faca com firmeza e me levantei da cadeira, caminhando em passos decididos até ele, enquanto sua camisa dançava ao meu redor, revelando cada curva do meu corpo de forma provocante.

Doce Veneno - amor, ódio e obsessão.Onde histórias criam vida. Descubra agora