Me Tornei Uma Mulher Em Um Mundo de Cultivo Marcial! [Continuação II]

Capítulo 382: Sofrimento

Capítulo 382: Sofrimento

"Porque eu? Tenho certeza que existe muito mais pessoas que já sofreram mais do que eu, porque não dar essa 'oportunidade' a elas? Eu não quero mais continuar vivendo, você pode apenas me mandar para o vazio do esquecimento, céu, inferno ou seja lá o que for."

Essas palavras ecoaram em sua mente e ela zombou disso de todo o coração. — Realmente, porque eu? Essa maldita vida me fez sofrer dores das quais eu nunca passei e sentir coisas que eu nunca senti. Acho que a pior escolha que eu fiz foi reencarnar...

"Eu vou aceitar sua oferta mas se por acaso eu encontrar a menor dificuldade, eu desistirei mais uma vez o mais rápido possível..."

Lembrado de suas outras palavras ela riu com vontade. — E eu não desisti, meu eu de 20 anos atrás deve se sentir enojado por não manter sua palavra. Tudo o que eu fui forçada a sofrer e as dificuldades que eu tenho que superar com certeza já são milhares de vezes maiores do que o suficiente para eu desistir mais uma vez...

"...eu sempre admirei mulheres fortes, não vejo porque não ser uma quando tenho a oportunidade."

— ... porque isso parece tão depravado agora? Será que eu me tornei a mulher forte que queria ser antes de nascer? Eu sempre mantive minha palavra. Eu sempre fui bondosa, eu acho. Nunca duvidei da minha conduta e sempre agi pelo certo. Isso deveria me tornar uma mulher forte não é? No final eu me apaixonei por outras mulheres e não fiz nada parecido com o que aquelas mulheres fortes que eu tanto admirei fizeram. E só piora quando você adiciona que elas são irmãs gêmeas.

Vazio. Definia perfeitamente o que Qin Xa sentia naquele momento. Ela sabia e não sabia onde estava. Seu coração estava cheio de raiva e ódio por aquele infeliz que matou ela.

— Mas quem era ele mesmo? Que seja, os mortos não precisam saber o que os vivos estão fazendo...

...

Qin Xa flutuava no "ar" dentro de um espaço escuro. Sua figura era pálida e quase transparente demais. Ela flutuava como se estivesse deitada sobre as águas.

Pouco a pouco tudo o que ela sabia estava sendo arrastado para algum lugar distante e desconhecido. Onde era aquele lugar? Talvez o vazio da existência, talvez o esquecimento eterno, não importava também.

Enquanto contemplava o vazio de desejos que era sua vida Qin Xa piscou, sem expressão no rosto. Ela já havia superado seu trauma com mortes desde momento em que passou no teste de Han Lining anos atrás ao encontrar sua mãe.

Naquele momento Qin Xa verdadeiramente ganhou, ou recuperou, os motivos pelos quais alguém vive. Porque não queria morrer. Se antes daquilo ela não ligava para a morte, apartir daquele momento ao aceitar a morte como algo natural ela passou a desconsiderar ela como algo a ser evitado.

Para Qin Xa a morte era o fim. Mas era um fim necessário. Um fim que não deveria chegar até que alguém tivesse vivido o que queria.

Mas ela viveu o que queria? Qin Xa viveu como queria? De forma alguma.

— Porque isso está demorando tanto? Não há mais escapatória para mim, então porque eu ainda sou eu? Se o céu ou o inferno e nem o vazio do esquecimento não existem, porque eu ainda estou aqui?

Qin Xa viveu sua nova vida como quis, até certo ponto porque nem tudo são flores. No entanto agora não adiantava mais ela tentar lutar por sua vida. Afinal, ela morreu.

Qin Xa moveu sua mão levantando ela sobre seu corpo, tentando pegar alguma coisa a sua frente. Mas nada tocou sua mão. Nesse espaço vazio e escuro nada existia, ela não podia tocar em nada. Aos poucos tudo o que ela amava estava deixando sua mente.