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Vim para casa antes que os Winchesters pudessem chegar ao hospital

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Vim para casa antes que os Winchesters pudessem chegar ao hospital. Eu estava com medo do que vinha pela frente. Andava de um lado para o outro com a consciência pesada, precisava falar com alguém e tentar me livrar desse peso. Mas com quem eu falaria? Não tiro da cabeça aquela minha outra versão que sempre aparece para mim, me aterroriza, talvez seja algum lado sombrio do meu passado.

Cogitei a ideia de visitar uma igreja. Há muito tempo não me confesso nem rezo, talvez seja isso que esteja faltando. Coloquei uma roupa comportada e segui em direção à igreja que ficava no centro da cidade.

Era uma igreja grande, branca com detalhes em ouro. Fiz um Pai Nosso antes de entrar, caminhei entre todos os assentos e avistei o confessionário. A igreja estava vazia, mas eu sabia que havia um padre pronto para me ouvir. Entrei no confessionário, meu coração estava disparado e minhas mãos trêmulas. Conseguia ouvir a respiração pesada vindo de trás das grades onde o padre estaria.

— Padre, eu... — Fecho os olhos. Por que estava tão nervosa assim? — Eu não rezo há um bom tempo.

— Quando foi sua última confissão? — Que voz estranha... Esse padre tem uma voz de... homossexual? Caraca.

— Há alguns anos — suspirei.

— O que vem te incomodando?

— Demônios vivem me perseguindo... Eles não me deixam em paz. Deus deveria me ajudar, mas ao invés disso, está apenas deixando o mundo pegar fogo. Acho que perdi minha fé.

— Não deixe o mal tirar sua inocência e fé, pequena. O Senhor está cuidando de todos nós.

Me pergunto por que ele me chamou de pequena. Mas apenas relevo, talvez seja assim que ele trate as pessoas.

— Eu sinto uma raiva enorme quando toco em uma arma ou faca, tenho vontade de matar, quero ver sangue, e não consigo entender por que sou assim. — Respiro profundamente. — E tem o irmão do meu ex-namorado...

— O que ele fez? — Perguntou, em voz baixa.

— Ele me fez ficar louca. Não sei como ele tem tanto controle sobre mim. Antes dele, eu não era tão... — Me sinto envergonhada de dizer. — Me sinto uma puta pelas coisas que faço pensando nele. — Ouço o padre limpando a garganta. — Acabei criando uma dependência nele, mas jamais assumiria o quanto ele pode me controlar.

— A luxúria está tomando conta de você, pequena.

— Sim... — sussurrei. — Eu quero parar... Ele é meu ex-cunhado, mas o que eu poderia fazer? Já parece automático.

— Deus irá lhe perdoar. Reze três Ave Marias e dois Pai Nossos. — A porta que dava acesso ao lado do padre foi aberta e ele saiu.

Fiquei de cabeça baixa com as mãos juntas e comecei as orações. Será que eu realmente seria perdoada?

▰ 𝗖𝗢𝗥𝗥𝗨𝗣𝗧 「⛓️」❪ 𝐃.𝐖 ❫Onde histórias criam vida. Descubra agora