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Estamos todos na sala do bunker

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Estamos todos na sala do bunker. A mesa está completamente cheia pela minha "família". Há apenas três assentos vazios, e eu não consigo parar de imaginar Dean e Lizzie sentados ali, rindo como o casal clichê que sempre eram quando se reencontravam depois de dias sem se ver.

— Você está bem? — Castiel pergunta, colocando sua mão sobre a minha.

— Ah, estou, estou — levo minha mão até os olhos e os esfrego. — Eu sinto falta da Lizzie e do Dean — suspiro.

— Olhem o que encontrei — Sam diz, vindo dos quartos, com algum tipo de rádio em mãos.

— O que é isso? — Bobby pergunta.

— Um rádio que guarda toda a trajetória dos Homens de Letras na tentativa de curar um demônio — ele explica, deixando o rádio sobre a mesa e se sentando. Havia apenas dois fones conectados.

— É meu — digo, pegando um dos fones e colocando-o nas minhas orelhas.

Sam coloca o outro fone, e nossa suposta família nos observa. Sinto a mão de Castiel entrelaçar-se com a minha, sorrio e acaricio a palma da mão dele com meu polegar. Eu não sei o que seria de mim sem ele.

Sam liga o rádio, e a gravação começa. Ouço atentamente.

— Sou o padre Max Thompson. Hoje estou aqui para registrar esta minha experiência sobrenatural — a voz masculina soa do rádio. — Hoje, 7 de março de 1957, tentarei curar o demônio que está dentro de... — Antes que ele pudesse terminar, Sam pula para a próxima gravação.

— Ei! — Estico a mão para voltar à última gravação, mas paro assim que ouço a voz do padre novamente.

— Após minha primeira tentativa fracassada, pensei em desistir, mas então Peter Kent apareceu possuído, e eu não poderia deixá-lo assim — ouço ele dizer. — Reforcei o ritual, e desta vez tenho confiança de que conseguirei. Deus esteja ao meu lado — noto Sam revirar os olhos ao ouvir isso, e deixo escapar uma risada. — Hoje, dia 3 de agosto de 1958, será meu 19º julgamento com este maldito demônio.

— Isso nunca começa? — pergunto baixinho.

— Será a primeira seringa de sangue, que precisa ser retirada no momento e injetada no pescoço — ouço o demônio gargalhando ao fundo. — Isso precisa ser feito de hora em hora, por oito vezes — Sam acelera a gravação até o final. — O demônio já começará a se sentir diferente — ouço gritos ao fundo.

Fecho meus olhos, sentindo meu estômago se revirar só de pensar em fazer isso com Dean e Lizzie.

— Após todo o processo, corte a palma da sua mão e a coloque sobre a boca do demônio — um silêncio toma conta da gravação. — E diga "Exorcizamus te, omnis immundus spiritus. Hanc animam redintegra, lustra! Lustra!" — Quando ele termina de dizer isso, enormes gritos ressoam. — Eu consegui!!! — o padre grita.

▰ 𝗖𝗢𝗥𝗥𝗨𝗣𝗧 「⛓️」❪ 𝐃.𝐖 ❫Onde histórias criam vida. Descubra agora