6-Enzo Smith

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Assim que aquela otária entrou na cozinha para se despedir de Helena, os meus pais olharam para mim com caras totalmente chateadas.

-O que é que foi?!-olhei para ambos.

-Não devias de ter tratado a Caroline daquela maneira-falou a minha mãe.

-Ela nunca te desrespeitou-foi a vez do meu pai.

-Eu não fiz nada do que ela não merecesse-encolhi os ombros e sentei-me.

-Eu já não te consigo reconhecer filho-os meus pais sentaram-se logo a seguir-não foi dessa maneira que eu e o teu pai te criámos-notei na voz da minha mãe que ela estava magoada.

Olhei para a minha mãe magoada e senti-me culpado por tê-la deixado assim. Se há coisa que eu odeio é ver a minha mãe triste e magoada, eu amo-a mais do que tudo nesta vida, ela é a mulher da minha vida e eu sei que ela não merece ter um filho irresponsável como eu, mas eu sou assim mesmo e por muito que tente eu não consigo mudar.

Saí dos meus pensamentos quando vi Caroline sair da cozinha e passar pela sala de jantar sem pronunciar uma única palavra sequer. Levantei-me, não ligando aos protestos do meu pai e fui atrás dela.

Ela estava a abrir a porta do seu carro quando eu agarrei no seu braço e virei-a de frente para mim.

-Aiii.....-ela olhou para mim-mas o que é que tu pensas que estás a fazer?

-Quem tu pensas que és para....-ela interrompeu-me.

-E quem tu pensas que és para me agarrares?!-ela olhou-me corada de tão frustada que estava.

-Sou o teu patrão-sorri vitorioso.

-Não....-ela gritou-os teus pais são meus patrões, não tu....-ela soltou o seu braço da minha mão-tu não passas de um miúdo riquinho e mimado que só olha para o seu próprio umbigo, somente isso.

Os meus nervos subiram pelo meu corpo e fiz uma coisa sem pensar nas consequências.

Peguei nos seus cabelos e puxei a sua boca até à minha apanhando-a de surpresa. A minha outra mão desceu até à sua cintura e colei mais os nossos corpos. Invadi a sua boca com a minha língua na qual não demorou muito para ambas as nossas línguas começarem uma dança acrobática, acelerada e ritmada as duas.

Ela tentou afastar-se de mim, mas eu prendi o seu corpo no meu, mas o que recebi de volta foi uma joelhada entre as minhas pernas, na qual me fez afastar dela e levar as mãos até ao local dolorido.

-Caralho....-olhei para ela com dor-porque fizeste isso?

-Não é óbvio?!-ela olhou para mim furiosa-percebe que nem todas as mulheres caem aos teus pés.

-Mas quem te disse que eras mulher?-ripostei ainda com as mãos no meu membro.

-Vai à merda-mostrou-me o dedo do meio e entrou no seu carro logo a seguir deixando-me surpreso com a sua atitude.

Vi o seu carro se afastar aos poucos e fiquei possesso.

Quem é que ela pensa que é para me bater e mandar à merda a seguir? Mulher estúpida.

-Ainda te vou ter na minha cama a gemer o meu nome e suplicar por mais do meu prazer-falei para mim como uma promessa.

Com alguma dificuldade em caminhar  entrei em casa ainda com as mãos no meio das pernas e logo me sentei no sofá.

-O que é que te aconteceu filho?-a minha mãe aproximou-se de mim preocupada.

-Aquela otária....uma joelhada...-falei entre a dor que sentia entre as pernas-ela atingiu-me com uma joelhada nas bolas e....

-Olha a linguagem meu menino-a minha mãe repreendeu-me-é melhor colocar um pouco de gelo aí.

Ela dirigiu-se à cozinha e poucos segundos depois voltou com um pouco de gelo e logo atrás dela veio o meu pai que pela sua cara parecia já saber de tudo.

-Não tens emenda rapaz-o meu pai falou desapontado.

-Ela é que é uma otária-eu falei frustado e com dores ao mesmo tempo-ela não gosta de ouvir as verdades e depois bate-me, acham isto justo?-olhei para ambos que se entreolharam.

-Sabes o que eu acho justo?-a minha mãe colocou o gelo com força em cima do meu abono de família e olhou-me nos olhos furiosa-a Carol seria ainda mais justa se te acertasse com mais força, a ti e a todos os homens que se aproveitam e usam as mulheres como um simples objeto-ela virou costas e saiu do meu campo de visão.

Au! As suas palavras doeram mais do que qualquer dor que eu sentia entre as pernas. Eu lá no fundo sabia que ela estava certa, mas eu não tenho culpa que as mulheres hoje em dia sejam mais sujas e vagabundas....e acredito que vão ficar piores. Nem todos os relacionamentos são bons, agradáveis, fortes e apaixonados como o dos meus pais.

Bufei.

-Ainda dói muito?!-o meu pai sentou-se ao meu lado.

-Um pouco-falei mais aliviado com o gelo lá no sítio.

-Tens de deixar de dizer essas coisas sobre as mulheres, sobretudo, à frente da tua mãe-o meu pai falou sério-sabes que a tua mãe preza muito o amor e tu com essas tuas atitudes de adolescente não ajudam e acabas por magoá-la.

Eu assenti com a cabeça e o meu pai saiu dali deixando-me sozinho com os meus pensamentos.

Eu realmente sou um estúpido para magoar a minha mãe, ela não merece ter um filho como eu, nem sei como é que ela e o meu pai tiveram coragem de adotar uma pessoa como eu. Pois é, eu sou adotado. Digamos que quando eu tinha quatro anos de idade a minha mãe biológica abandonou-me e deixou-me sozinho por vários dias na rua com fome, frio e sem quase roupa alguma no corpo. Ela só se importava com o seu namorado novo e esqueceu-se de vez do filho. Continuando....

.....eu já andava a vaguear pelas ruas há duas semanas, já estava muito fraco, magro e com falta de nutrição, quando Malia e Theo me encontraram e acolheram como um filho. Depois de tantos anos ainda não sei como lhes agradecer todo o amor que me deram, mas parece que a única coisa que eu sei fazer é desaponta-los e envergonha-los. Sou mesmo um mau filho e um mal agradecido.

Bufei passando as mãos pelos cabelos.

Levantei-me com alguma dificuldade e subi até ao quarto dos meus pais e entrei encontrando a minha mãe sentada na beira da cama a brincar com a minha irmã. Isabela é filha biológica de Malia e Theo e eu adoro a minha irmã. Digamos que depois dela nascer eu deixei de ser tão irresponsável, larguei o álcool e as drogas e afastei-me das más companhias e sempre defendi e protegi aquela princesinha. Eu adoro crianças, até já pensei como seria se eu fosse pai e tivesse filhos, mas também quem quer que fosse a mãe dos meus filhos ficaria comigo somente pelo dinheiro e não por me amar realmente.

Voltei a olhar para as duas mulheres da minha vida sorrindo e eu soube naquele momento como é que pediria desculpa à minha mãe.

Sorri uma última vez e então fechei a porta e fui para aquele que em tempos foi o meu quarto.

♥♥♥

Olá olá pessoas lindas do meu coração. Tudo bem com vocês? Ainda bem.

O que acharam deste capítulo?

Enzo portou-se mesmo muito mal com a nossa Caroline.

O que acham que vai acontecer a seguir? Palpites? Não?

Até ao próximo capítulo.

Kiss ♥

Coração De LoboOnde histórias criam vida. Descubra agora