Estava tão concentrado naquele trabalho à minha frente que nem me apercebi que tinham entrado no meu escritório.
-Vejo que te tornaste parte dos móveis deste escritório agora-Duarte parou à minha frente com as mãos nos bolsos.
-Bom dia para ti também-bufei voltando a minha atenção para o computador à minha frente.
-Quando é que te tornaste nesse homem desinteressado para o mundo?-ele falou-que só pensa em trabalho? Já nem tempo tem para os amigos e para a família?
-Estou a falar contigo, certo?-olhei cansado para ele-e a minha família são apenas as minhas filhas.
-E os teus irmãos Enzo? Os teus pais?-ele colocou as mãos em cima da minha secretária-tu não fazes ideia de como está a tua mãe, pois não?
Ele ganhou a minha atenção nesse momento.
-Eu falo com os meus irmãos-encolhi os ombros-e os meus pais estão melhor sem mim.
-Claro que falas...-ele riu irónico-a última vez que falaste com eles foi há seis meses atrás Enzo e os teus pais....-ele abanou a cabeça-os teus pais, principalmente a tua mãe, estão completamente desiludidos e magoados contigo.
-Ficariam mais magoados se eu mantivesse o contacto com eles-encolhi os ombros.
-Ela faz-te mesmo muita falta, não é?!-ele cruzou os braços.
-Não sei do que falas-abanei a cabeça e olhei para o computador outra vez.
-Todos sabem que tu ainda a amas e que não a tiras da tua cabeça e TU também o sabes, mas gostas de ser mais teimoso e dizes o contrário.
-Não sabes do que falas-neguei com a cabeça.
-Então explica-me para que eu saiba-sentou-se na cadeira à minha frente.
-Não há nada para explicar-bufei.
-Sabes?!-ele olhou para mim-parece que os anos nem passam por ela, ela está cada vez mais linda e hoje quando almocei com ela....
-Tu o quê?!-olhei surpreendido para ele-estiveste com ela?
-Ai agora já te interessa a conversa?-ele riu-para que saibas ela iria dar uma boa mãe, devias de ter visto como ela foi maravilhosa com os meus filhos-ele levantou-se-só não sei como é que a Constança e a Carolina ainda não descobriram já que a modelo preferida de ambas é a própria mãe.
Ele virou costas para ir embora, mas os meus lábios foram mais rápidos a pronunciarem aquelas palavras.
-Eu fui obrigado-levantei-me também, mas ele acabou por sair do meu escritório antes que eu desse mais algum passo.
Fiquei uns segundos a olhar para a porta feito estúpido. Passei as mãos pelos meus cabelos e suspirei. Arrumei o trabalho, peguei nas minhas coisas e depois de me despedir de Eduarda, fui para casa onde me fechei no meu escritório.
Como é que isto é possível? Como?! Eu não acredito nisto.
-Papá.... papá....-as miúdas entraram pelo escritório dentro.
-Meninas....-olhei na direção delas-o que foi desta vez?!
-Duas amigas nossas viram a Caroline Gonzalez a almoçar num restaurante aqui perto, e sabes que mais?!-Constança falou toda empolgada.
-Ela estava a almoçar com o tio Duarte e a tia Mara-Carolina respondeu com a mesma empolgação que a irmã.
-E o que eu tenho haver com isso?!-encolhi os ombros.
Elas olharam uma para a outra e voltaram a olhar para mim.
-Sabes...?-elas sentaram-se nas cadeiras à minha frente-como és o Alfa e tal, talvez tu podesses....
Fiquei à espera que Constança terminasse.
-Podesses falar com a Caroline e a convidasses a jantar connosco-Carolina acabou a frase da irmã.
-E porque eu faria tal coisa?-olhei para ambas.
-Porque nós queremos mesmo muito conhecê-la e assim davas a desculpa de que era um jantar de boas vindas à alcateia e....
-Não o farei-falei por fim.
-Porquê?!-ambas olharam para mim.
-Porque já estou farto de ouvir esse nome-bufei levantando-me.
-Por favor papá-imploraram.
-Já falei.
-É só um jantar papá-Carolina falou.
-De certeza que ela vai adorar-foi a vez de Constança.
-Duvido-suspirei.
-Papá....-elas iam falar, mas eu impedi-as.
-Chega-olhei feio para elas-ela não vem aqui, vocês não a vão ver e ela não é bem vinda aqui-abri a porta do escritório-não quero voltar a ouvir esse nome nesta casa...agora por favor saiam, eu preciso de trabalhar.
-Agora percebo porque é que a mãe te deixou-Carolina falou saindo do escritório.
Olhei para Constança e ela simplesmente saiu atrás da irmã sem me dizer alguma coisa.
-Merda...-bati a porta do escritório e passei as mãos pelos cabelos.
Sentei-me e abri a gaveta da minha secretária onde tirei de lá uma fotografia onde ela estava maravilhosa com os seus cabelos ruivos soltos ao vento. Sorri ao me lembrar daquele dia.
Suspirei e voltei a guardar a fotografia no mesmo sítio de onde a tirei.
Saí do escritório e subi as escadas até ao quarto da minha filha Carolina. Respirei fundo e bati à porta. Segundos depois ela foi aberta pela minha filha Constança.
-Posso falar com a tua irmã?
-Desde que não a magoes mais-Constança olhou-me feio e saiu do quarto.
Entrei no seu quarto e vi a minha filha a limpar algumas lágrimas do seu rosto.
-Vai-te embora-Carolina falou magoada.
-Queria pedir-te desculpa pela forma como falei a alguns minutos-sentei-me ao seu lado na cama.
Ela continuou calada perdida nos seus pensamentos.
-Eu prometo que...-suspirei-que pensarei sobre a Caroline jantar connosco um dia.
-A sério?-os seus olhos brilharam.
-A sério-sorri ao ver como eu adorava ver as minhas filhas felizes.
-Obrigada papá-ela sorriu.
-Não mereço nem um abraço?-olhei para ela sorrindo.
-Só porque pediste com jeitinho-ela sorriu e abraçou-me-obrigada papá.
-Vá, agora vai descansar-eu levantei-me e olhei para ela-amanhã é sábado e podes dormir até mais tarde-beijei a sua testa-boa noite filha.
-Boa noite papá.
♥♥♥
Olá olá pessoas lindas do meu coração. Tudo bem com vocês? Ainda bem?
Estão a gostar da história de Enzo Smith e Caroline Gonzalez?
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Votem e comentem.
Até ao próximo capítulo.
Até lá.
Kiss ♥
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Coração De Lobo
WerewolfCaroline Gonzalez, uma jovem mulher de apenas 20 anos ruiva e de olhos castanhos. Uma mulher cheia de luz, determinada, divertida e sorridente. Ela seria uma ótima Design de Interiores se o destino não desse uma reviravolta de 360 graus e não a fize...