61-Caroline Gonzalez

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Eram precisamente 19:00 horas da noite quando vesti o meu casaco e peguei na minha mala para ir embora já que Enzo estava em casa com as miúdas.

-Onde a madame pensa que vai?-assustei-me com a voz de Enzo atrás de mim.

-Para casa-olhei para ele-tu estás bem e as miúdas já te têm a ti, por isso...

-Por isso vais ficar aqui-Enzo pousou a minha mala em cima do sofá e começou a tirar o meu casaco-em nossa casa, em tua casa-ele olhou-me nos olhos-a tua família está aqui Carol.

Eu respirei fundo e assenti vendo-o colocar o meu casaco ao lado da minha mala.

-Então eu vou ver as miúdas-beijei os seus lábios-hoje fazes tu o jantar-bati de leve no seu ombro e ri da sua cara de espanto.

Comecei a subir as escadas quando ouvi a sua voz.

-Carol?!-olhei para trás na sua direção.

-Sim?!-olhei nos seus olhos.

Ele ficou uns segundos a olhar para mim e então sorriu.

-Nada-ele negou.

Eu sorri e continuei o meu caminho até ao quarto das minhas filhas. O primeiro quarto era o da Constança, então, bati à porta e entrei.

-Mãe-Constança sorriu abraçando-me de seguida-olha eu amanhã tenho um encontro com....um amigo-ela corou-e eu queria que me ajudasses a escolher a roupa-ela pegou em algumas roupas de dentro do seu armário e mostrou-me-o que achas? Este ou este?

Olhei para a minha filha e sorri, mas por algum motivo fiquei triste. Talvez por eu nunca ter ajudado a minha filha a escolher a roupa para o seu primeiro dia de aulas, o seu aniversário.

-Estás bem mamã?-ela olhou para mim triste.

-Sim-eu assenti saindo dos meus pensamentos-eu gosto deste vestido.

Apontei para um vestido preto e branco que caía até meio das coxas, justo ao corpo.

-Tens a certeza?-ela olhou para o vestido.

-Certeza absoluta-eu assenti sorrindo.

-Mas não achas demais?-ela olhou para mim.

-Pensei que era só um amigo-levantei uma sobrancelha.

-Claro que é só um amigo-ela corou outra vez-eu vou levar o vestido.

Eu apenas sorri por vê-la atrapalhada.

-Obrigada mamã-ela beijou a minha bochecha.

-Não tens de quê meu amor-eu sorri-eu agora tenho de ir.

-Até já mamã.

-Até já meu amor.

Eu saí do seu quarto e só parei em frente ao quarto da minha filha Carolina. Respirei fundo antes de entrar. Bati à porta e depois da sua permissão, entrei e ela encarou-me.

-Podemos falar?-fechei a porta atrás de mim e aproximei-me dela.

Ela assentiu e sentou-se na beira da sua cama, já eu sentei-me ao seu lado e encarei-a.

-Eu sei que estás confusa e magoada com toda esta história, mas...-suspirei-tenta compreender, sim?

-Mas podia ter sido tudo diferente Carol-ela olhou para mim triste-já pensaste como seria se cuidasses de nós? Como seria se crescessemos contigo?

-Eu já imaginei sim uma vida ao vosso lado, mas o papá só fez o que fez para vos proteger e....

-Tirando-nos a oportunidade de conhecermos a nossa própria mãe?-ela olhou para mim.

Coração De LoboOnde histórias criam vida. Descubra agora