45-Caroline Gonzalez

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Eu chorei tudo como nunca havia chorado em anos. Sempre pensei que os meus pais tivessem morrido e de um momento para o outro eles aparecem como se nada tivesse acontecido. Saí dos braços da minha mãe e olhei—a nos olhos. Ela sorria e chorava ao mesmo tempo fazendo—me rir e chorar também.

—Porquê?!—olhei para ela—porque te foste embora? Porque insinuaste a tua morte?

—É uma longa história—ela olhou para o meu pai e baixou a cabeça.

—Isso agora não importa—eu neguei e agarrei—me à minha mãe outra vez.

O meu pai abraçou—nos às duas e eu senti que agora eu estava bem, senti que agora eu tinha uma família, a minha família.

(...)

Eram 22:00 horas da noite quando eu me despedi dos meus pais e enquanto eles foram embora eu subi até ao meu quarto onde encontrei o tarado do meu namorado deitado na cama com a sua cueca boxer apenas e sorri quando os nossos olhos se cruzaram. Eu subi na cama e engatinhei até à sua beira e sentei—me em cima da sua barriga beijando os seus lábios.

—Como estás meu amor?—ele perguntou beijando—me também.

—Muito bem—sorri para ele.

—Muitas novidades num dia só—ele puxou—me para os seus braços e eu aconcheguei—me nele.

—Muitas mesmo—cobri os nossos corpos e beijei os seus lábios—boa noite meu amor.

—Boa noite pequena—ele beijou os meus cabelos e alguns minutos depois adormeci agarrada a ele.

Acordei no dia seguinte com aquele otário a pegar—me ao colo e eu bufei. Eu queria dormir mais um pouquinho, só mais cinco minutos, mas não, aquele otário teve de me acordar.

—Larga—me Enzo—bufei—estou cansada e cheia de sono.

—Resmungona—ele riu—eu até te fiz um favor, porque estás a ficar atrasada sua preguiçosa.

—Aff...—revirei os olhos.

Entramos na casa de banho e fizemos a nossa higiene matinal, vestimo—nos, arrumamos o quarto e logo de seguida descemos até à sala de jantar para o pequeno almoço, mas como eu tenho um namorado louco ele resolveu pegar—me como quem pega num saco de batatas e desceu comigo assim.

—Larga—me seu otário—bati nas suas costas—estás a despentear—me.

—Ficas linda de qualquer das maneiras—ele riu de mim e eu bufei.

—Larga—me seu estúpido—falei já irritada.

—Bom dia meninos—ouvi Malia e Théo falarem e as suas vozes eram de riso.

—Bom dia—Enzo falou rindo e colocando—me sentada na cadeira.

—Bom dia—falei bufando e olhando feio para Enzo.

Ele continuava a rir—se de mim e aquilo começava a ser irritante. Bufei levantando—me da cadeira, peguei nas minhas coisas e saí de casa em direção ao estúdio. Ok, podem pensar que a minha atitude foi uma atitude infantil, pois Enzo só estava a brincar comigo, mas ultimamente as minhas emoções parecem bipolares, pois num momento eu estou bem como no outro estou mal e eu não sei o porquê disso. Enfim...

Chegando ao estúdio deparei—me com Jack na entrada, na qual ele me deu passagem.

—Pode passar madame—ele riu.

—Oh muito obrigada—ri também.

—Fico contente por teres voltado ao trabalho—ele falou enquanto íamos para os bastidores—pensei que já tinhas desistido logo no teu primeiro dia—ambos rimos.

Coração De LoboOnde histórias criam vida. Descubra agora