60-Enzo Smith

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-Vocês estão bem?-eu abracei as minhas filhas assim que aquela vadia saiu de nossa casa.

-Sim-ambas assentiram.

-A Carol está bem?-olhei para ambas.

-Eu acho que sim-Constança falou.

-Eu já volto-beijei a testa de cada uma e fui até à cozinha.

Encontrei Carol a mexer num copo muito pensativa. Sentei-me à sua frente e olhei-a nos olhos.

-Porquê Enzo?-ela perguntou ainda distraída com o copo.

Eu suspirei e peguei na sua mão fazendo-a olhar para mim.

-Eu prometo que vai ficar tudo bem ruivinha-eu falei convicto das minhas próprias palavras.

-Podias começar por me contar o que aconteceu há vinte anos atrás, no dia em que recebeste aquele telefonema.

Eu assenti levantando-me ao mesmo tempo que ajudava Carol a levantar-se também. Coloquei uma mão na sua cintura e a outra agarrei nos seus maravilhosos cabelos e beijei aqueles seus doces lábios com sabor a cereja. Devorei a sua boca como já não o fazia há muitos anos e naquele momento só me apeteceu levá-la para a minha cama e beijar cada pedacinho do seu corpo.

O nosso beijo começou a intensificar-se ainda mais. Encostei-a ao balcão e beijei o seu pescoço.

-Enzo....-ela gemeu o meu nome.

Sorri ao ouvir o meu nome ser pronunciado pelos seus lábios entre um gemido.

Baixei um pouco da alça do seu vestido e mordi o seu ombro de leve voltando logo de seguida para os seus lábios.

-Eu amo-te tanto ruivinha-abracei-a enquanto a beijava.

-Papá?-Carol afastou-se de mim assim que ouvimos a voz da nossa filha Constança.

-Eu já vou ter com vocês-falei olhando para ela-chama a tua irmã e vão as duas para a sala, eu preciso de falar com vocês.

-Está bem papá-ela assentiu.

-É melhor também vires-eu peguei na mão dela e puxei-a até à sala onde já se encontravam as miúdas sentadas no sofá.

As miúdas sentaram-se num sofá e eu e Carol sentamo-nos noutro sofá de frente para elas.

-O que queres falar connosco papá?-Constança perguntou.

-Sobre a vossa mãe-falei por fim.

Olhei para Carol quando a senti ficar tensa ao meu lado. Olhei para ela e ela parecia estar assustada com aquela minha confissão.

-Podemos conhecê-la?!-Constança outra vez.

-Acho que já a conhecemos-Carolina falou baixo olhando para Caroline que ainda ficou mais tensa.

-Enzo...-Carol olhou para mim assustada.

-Quando a vossa mãe estava grávida de vocês eu recebi um telefonema no qual eu teria de ir naquela hora à minha empresa-fiz uma pausa-quando lá cheguei estavam um homem e uma mulher que me obrigaram a separar-me da vossa mãe.

Carol olhou para mim ainda mais assustada e com os seus olhos marejados.

-Mas tu és o Alfa papá-Constança falou.

-Mas nem sempre o Alfa consegue ter tudo-peguei na mão de Carol-eu tive de abandonar a vossa mãe para que não lhe tocassem-suspirei cansado-eu tinha duas escolhas: ou ficar com a vossa mãe e ficar sem vocês ou então ficar com vocês e abandonar a vossa mãe e eu tive de vos escolher a vocês, eu não vos podia perder.

Coração De LoboOnde histórias criam vida. Descubra agora