-Onde vais papá?-perguntou Carolina.
-E assim todo jeitoso?-foi a vez da Constança.
-Tenho de sair por alguns minutos e já volto-olhei para o relógio-já estou a ficar atrasado.
-Não me digas que vais encontrar-te com alguma mulher?-outra vez Constança.
-Sabes que todas as mulheres só querem o teu dinheiro e o título, certo papá?-Carolina falou preocupada.
-Não se preocupem-eu sorri com a preocupação de ambas-eu vou buscar a vossa surpresa e...
-Surpresa?!-ambas falaram ao mesmo tempo empolgadas e com os seus olhos brilhantes-o que é?
-Se eu dissesse deixava de ser surpresa, não é meninas?-ri das suas caras.
-Então do que estás à espera?-perguntou Constança-vai buscar a nossa surpresa rápido-foi a vez de Carolina.
-Está bem está bem-eu ri ainda mais-até já ruivinhas.
Saí de casa ainda a pensar nas minhas filhas e parti até casa da minha ruivinha mais velha. O meu coração está acelerado, é como se eu voltasse a ter dezasseis anos e fosse ter o meu primeiro encontro com a rapariga que eu amo. Eu agora olho para trás e vejo os estragos que fiz, estragos esses que eu não sei como os posso resolver.
Saí dos meus pensamentos quando parei o carro em frente à casa da minha ruivinha e respirei fundo saindo do carro. Segui até à porta de sua casa e toquei à campainha. Alguns segundos depois a porta é aberta e os meus olhos quase me caem assim que eu a vejo. Ela estava tão linda naquele vestido branco que lhe caía até meio das suas coxas, à merda que pernas. Olhei nos seus olhos e vi que ela estava com uma cara desconfiada.
-Boa noite-sorri.
-Boa noite-ela respondeu.
-Estás linda-eu cocei a parte de trás da cabeça.
-Obrigada-ela assentiu.
-Estás pronta?-olhei nos seus olhos.
-Sim e não-ela suspirou.
Eu olhei para ela e estiquei a minha mão para que ela a pegasse. Ela ainda hesitou alguns segundos, mas acabou por aceitar. Abri a porta do carro e ela entrou logo de seguida. Contornei o carro e entrei na porta do condutor dando assim partida.
-Eu disse-lhes que vinha buscar uma surpresa para elas-eu ri ao pensar nas minhas filhas-elas devem de estar a morrer de curiosidade.
Foi a vez de ambos nos rirmos, mas Carol logo ficou séria.
-O que se passa?-perguntei assim que paramos num semáforo.
-Eu não sei se estou preparada para isto Enzo-ela olhou para mim-passaram vinte anos e...eu não sei se me aguentarei estar perto delas sabendo que elas só querem a Caroline Gonzalez e não a mãe delas-ela suspirou-o que realmente sou.
Eu suspirei vendo toda a sua dor através dos seus olhos.
-Achas que algum dia me perdoarás?-perguntei fazendo a curva para a rua daquela que um dia foi a nossa casa.
-Não sei-ela encolheu os ombros-eu só quero conhecer as minhas filhas, embora que não seja como mãe delas e, ir embora Enzo-ela olhou para a paisagem ao seu lado.
Era isso que ía acontecer?! Depois do jantar ela ia embora e eu nunca mais a veria? Mas...eu não a posso deixar ir agora. Eu...eu...ela tem de tomar o seu lugar de Luna antes que eu...merda.
-Pensei que depois voltarias para conheceres melhor as miúdas e...
-Conhecer melhor as miúdas?!-ela riu-nunca quiseste que eu tivesse contacto com as minhas filhas, o que é que te deu de repente para quereres o contrário?-ela olhou-me nos olhos assim que estacionei o carro no pátio de casa.
-Muita coisa mudou Carol-olhei nos seus olhos também-entenderás com o tempo.
-Tu é que sabes-ela encolheu os ombros.
Eu saí do carro e abri a sua porta ajudando-a a sair. Notei que ela ficou um pouco tensa e eu sabia que tudo isto era culpa minha, se eu não tivesse concordado com aqueles dois há vinte anos atrás nada disto teria acontecido, mas por outro lado não queria perder a minha ruivinha para sempre.
Puxei Carol pela sua mão e abri a porta de entrada. Dei passagem para que Carol entrasse e ela assim o fez e eu segui logo atrás. Vi a sua expressão ao olhar para tudo à sua volta quando percebeu que eu não havia mudado nada na decoração da casa. Tudo está igual desde quando Caroline foi embora, para longe de mim.
Ela olhou para trás na minha direção e olhou-me nos olhos à espera que eu dissesse algo, mas eu limitei-me a sorrir para ela, quando...
-Papá nós....-as miúdas calaram-se quando viram que eu não estava sozinho.
Carol olhou na direção das nossas filhas e eu vi lágrimas nos seus olhos e aquilo cortava-me o coração. Eu não gosto de a ver chorar.
-Caroline Gonzalez?!-elas falaram ao mesmo tempo e correram na sua direção abraçando-a.
Vê-las às três abraçadas fez com que o meu coração se apertasse ainda mais do que já estava durante todos estes anos.
-És ainda mais bonita ao vivo e a cores-as três riram com as palavras de Carolina.
-Oh meu Deus, isto é um sonho-Constança falou não acreditando ainda.
-Caroline estas são as minhas filhas Constança e Carolina-eu apresentei-as.
-Carolina?!-ela olhou para mim e sorriu com lágrimas nos olhos.
-Não foi por acaso-sorri limpando uma lágrima que lhe escorria pelo rosto.
Saímos dos nossos pensamentos quando vimos as nossas filhas olharem para nós.
-Tens de nos contar tudo sobre os desfiles, as tuas fotografias-Constança falou.
-As tuas fotografias são lindas-Carolina falou sonhando-eu queria saber tirar umas fotos como tu, principalmente, aquelas fotografias...-ela pensou nas palavras certas-bem, como eu hei de dizer?! Mais ousadas.
Como se tirar fotografias sem roupa fosse muito lindo. Não sei o que lhes dá para meterem os modelos a tirar fotografias nus. Olhei para Carol quando ela gargalhou com as palavras de Carolina. Eu sorri. Sorri feliz ao ver as minhas três ruivinhas felizes.
-O que acham de irmos jantar?!-falei tirando-as da sua conversa nada interessante.
Onde já se viu falar das fotografias nuas da própria mãe. Afff nem sei como permiti um dia Carol tirar esse tipo de fotos.
-Estamos cheias de fome-foi a vez de Constança.
-Vamos jantar Caroline?-outra vez Carolina.
A minha ruivinha nem teve tempo de responder, pois Carolina já a puxara até à sala de jantar.
Observei as três conversarem enquanto se sentavam à mesa e, eu senti o coração de Carol acelerado e descompassado. Eu sabia que ela estava nervosa e a culpa? A culpa era minha.
Queria muito que ela me perdoasse um dia, pelo menos antes que eu...
Eu amo-a tanto, mas não sei como lhe dizer ou demonstrar e, também, duvido que ela me perdoe, por isso é melhor desistir dessa ideia dela me perdoar.
Sentei-me à mesa com as minhas três ruivinhas e sorri ao saber que elas iam dar-se muito bem. Eu amo estas três teimosas.
♥♥♥
Olá olá pessoas lindas do meu coração. Tudo bem com vocês? Ainda bem.
O que acharam deste capítulo?
O que acham que vai acontecer a seguir? Palpites? Não?!
Vamos esperar pelo próximo capítulo.
Até lá.
Kiss ♥
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Coração De Lobo
WerewolfCaroline Gonzalez, uma jovem mulher de apenas 20 anos ruiva e de olhos castanhos. Uma mulher cheia de luz, determinada, divertida e sorridente. Ela seria uma ótima Design de Interiores se o destino não desse uma reviravolta de 360 graus e não a fize...