CAP 61 - Vocês receberam algum embrulho?

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Galera, o capítulo pode estar um pouco esquisito, mas prometo revisa-lo assim que puder. Preferi posta-lo do jeito que está, do que enrolar mais.

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CAPÍTULO 61 - Vocês receberam algum embrulho?

*FERNANDO*

Se eu estivesse vendado, ou perdesse temporariamente a visão, eu não teria problema para descobrir onde estou. Mesmo que a ardência no meu braço direito, e a cãibra em minha nádega esquerda não deixem dúvidas de que há alguma agulha por perto, quando se coleciona uma lista respeitável de alergias como eu, o cheiro de hospital se torna mais familiar do que sabonete.

___ Ai, que bom que vocês chegaram! Já estava ficando preocupada. --- Jhenifer exclama assim que nos vê atravessar a porta que dá acesso a sala de espera da ortopedia.

O lugar não está muito cheio, o que me surpreendente. Normalmente somos obrigados esperar em pé - mesmo quando se tem um pé quebrado - já que as poucas cadeiras estão ocupadas pelos próximos na linha de atendimento.

___ O trânsito não colaborou. Viemos o mais rápido que pudemos. --- Explica Caio, antes de lançado bruscamente por Mateus para fora de seu caminho.

___ E aí? Como ela está? O tombo foi grave? Ela se machucou muito? Sangrou? -- Perguntas são metralhadas sobre Jheny, que não consegue achar um brecha para começar a contar o que sabe.

Mateus pode ser tão gentil quanto assustador se a situação o forçar a agir como tal. Descobri isso no dia em que o vi perder as estribeiras, quando uma moto passou a mil na minha rua, quase atropelando a minha irmãzinha, e as amigas que brincavam no portão lá de casa. Eu fiquei dividido entre ir tirar satisfação com o motoqueiro, ou defende-lo da fúria de Mateus.

Ninguém está sendo agarrado pela gola da jaqueta como naquele dia, mas o olhar vidrado é quase o mesmo. Até o Garoto de ouro tem seu momento de lata.

___ Por que você está calada? Foi tão sério, não? Pode falar a verdade. Ela não está em coma, não é? Por favor! Não me diga uma coisa dessas. -- O bombardeio continua.

Sinto alguém tocar um dos meus ombros, num pedido de passagem silencioso.

___ Jhenifer não lhe dirá nada desse tipo, pois nada de grave aconteceu. Não se preocupe. --- Uma garota se dirige a Mateus, fazendo-o suspirar de alívio. --- Thalita está bem! A perna dela estava em uma posição estranha, mas eu não acho que esteja quebrada...

O equilíbrio restaurado é abalado em poucos segundos. Quando se está em um hospital, nada que envolva o verbo "quebrar" pode manter a paz de alguém por muito tempo.

___ Mateus?

Mesmo não sendo o meu nome chamado, eu me viro curioso para descobrir quem é. A mãe de Thalita, que conheci outro dia quando fiz o trabalho do colégio em sua casa, dá um tímido aceno de longe quando o reconhece. Ela está acompanhada do marido, que conversa com um dos médicos do hospital, que parece lhe explicar algo importante.

Em poucos passos Mateus se aproxima dos pais de Thalita. Pelo visto, eles têm informações mais precisas sobre as reais condições da filha, e não somente suposições como a...

Amor à última vista Onde histórias criam vida. Descubra agora