CAP 3 - Todo mundo tem um segredinho

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* BERNARDO *

Depois de terminar a Playlist que fiz especialmente para meus shows particulares debaixo do chuveiro, me dou conta de que os convidados da minha irmã já devem ter chegado. Nem me seco direito e começo a me vestir o mais rápido que posso, por isso acabo derrubando minha camisa dentro do boxe encharcado.

"Droga! Por que tudo dá errado quando a gente está com pressa?"

Eu termino de colocar o resto da roupa, e dou uma conferida no espelho para ver se o cabelo está no jeito.

"Melhor que isso, impossível!"

Abro a porta do banheiro devagar e verifico se o corredor está vazio. Não acho que seria legal aparecer na frente dos futuros sogros da minha irmã, seminu, na primeira visita a nossa casa.

Saio às pressas antes que alguém me veja. Sorrio ao me dar conta da situação louca de ter que me esgueirar pelos corredores, da minha própria casa, só para que ninguém me veja.

"Só que não acho legal privar o mundo dessa obra de arte."

Eu entro no meu quarto satisfeito por não ter encontrado ninguém pelos corredores, e fecho a porta com um estalo. E assim que eu me viro, meus olhos quase caem no chão. Diante de mim está a última pessoa que eu esperava encontrar no meu quarto.

____ O que você está fazendo aqui? --- Pergunto surpreso.

Minha visitante inesperada se vira quando escuta a minha voz. A cor some de seu rosto, assim que nossos olhos se encontram.

____ Você é o dono desse quarto? --- Ela pergunta num fio de voz.

Isabela dá um passo para trás, quando ameaço me aproximar. Ela segura o celular fortemente contra o peito, como se fosse um escudo poderoso contra mim.

___ O quarto é meu. Então sou eu quem faz as perguntas. O que você está fazendo aqui?

___ Eu... Eu... Eu só estava....

Isabela segura a barra do próprio vestido e a torce com força, enquanto tenta desesperadamente formular alguma frase que faça sentido. Sua língua normalmente afiada aparece ter perdido o corte. Ela está tão agitada, que nem percebe que se levantar o vestido mais um pouco, irá mostrar mais do que gostaria. Eu mantenho meus olhos fixos no rosto dela, para evitar problema.

___ Como você conseguiu entrar na minha casa? --- Eu indago outra vez, impaciente com a demora.

___ É que ... Luna me disse que... Eu podia terminar de me arrumar no quarto dela. E eu... Eu me enganei.

Quase não consigo ouvi-la. Sua voz é quase um sussurro. Em outra situação, com certeza, eu estaria rindo por descobrir que Isabela é capaz de falar baixo.

___ Mas esse quarto não é da minha irmã! --- Eu digo.

___ Eu... Eu percebi assim que entrei.

___ Se você percebeu logo de cara, então por que não foi embora? --- Pergunto alterado.

Isabela fica em silêncio. De repente, eu a vejo me encarar e desviar os olhos depressa, aparentemente envergonhada por algo que acabou de ver.

"Deve ter algo errado comigo."

Por reflexo, levo a mão à braguilha do meu jeans, para verificar se o zíper não está aberto. O rosto dela está ficando cada vez mais vermelho. Então eu começo a procurar o que poderia estar fazendo-a ficar desse jeito, e é nesse momento que me lembro de que estou só de calça.

Amor à última vista Onde histórias criam vida. Descubra agora