CAP 19 - "E agora? O que eu faço?"

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CAP 19 - "E agora? O que eu faço?"

*HENRIQUE*

Eu mal acabo de estacionar a moto, quanto sinto o celular vibrar no bolso da Bermuda. Meu corpo nem se ajustou direito ao fuso horário, e a realidade da minha volta a cidade já me persegue.

__E aí, cara, beleza?! ---Digo, ao atender o telefone. --- Uhumm... Com certeza! Conta comigo.... Sei... Pode deixar, Fred! Assim que eu chegar em casa, te ligo para a gente combinar... Uhumm !.... Valeu! Até mais.

Minha conversa não dura nem 3 minutos, e já tenho compromissos para no mínimo 3 dias. Acabei de voltar para casa, mas parece que a notícia do meu retorno já se espalhou mais rápido do que fogo em rastro de pólvora.

Desço da moto e antes que eu vá em direção à entrada da academia, uma loura vestida com aqueles macacões que não deixam muita brecha para a imaginação, passa desfilando na minha frente.

___ Bonitão, o cadarço do seu tênis está desamarrado. --- Ela me avisa com a voz manhosa, antes de seguir o seu caminho, rebolando, mas não sem antes me lançar mais uma olhada sugestiva.

"Hummm! Acho que tem alguém me dando mole."

Eu balanço a cabeça, e um sorriso satisfeito brota em minha boca, enquanto guardo a chave na mochila, antes de me abaixar para amarrar o tênis.

___ Nossa, parceiro, tu é novo por aqui, não é? Acho que nunca te vi treinando na academia antes. --- Um cara, que parece o clone em miniatura do The Rock, fala comigo enquanto sobe com um pouco de dificuldade na moto estacionada ao lado da minha. E quando eu balanço a cabeça em confirmação, ele continua: --- Aquela loura é TOP! Geral da academia tenta chegar nela, mas a mulher não dá condição, pô! Agora tu mal chegou na área, e a gata já tá te dando mole? Tu é bom mesmo, hein? --- Afirma entre risos.

___ Sei lá... --- Encolho os ombros, tentando não demonstrar muito que no fundo gostei do elogio. --- Acho que ela é do tipo de mulher que gosta de fazer jogo. Sabe que é gostosa, e adora uma atenção. Aí quando vê um cara que aparentemente não reparou nela, fingi dar condição até o mané cair na rede, e depois que consegue, esnoba. Acho que eu sou o mané da vez. – Falo, arrancando uma gargalhada do cara.

Ainda sou novo e tenho muito chão pela frente, mas baseado nas milhas que já andei, conheci muitas mulheres como a loura boazuda. E aprendi que com esse tipo, a melhor arma de conquista é a indiferença.

O mini The Rock se despede, e parte acelerando a sua moto. Eu coloco o meu capacete no chão, quando me abaixo para finalmente amarrar o meu tênis.

Antes que eu dê a primeira volta no cadarço, uma imagem captada por minha visão periférica pega a minha atenção. Uma garota faz uma dancinha estranha, enquanto toca sua guitarra fantasma. Ela está tão concentrada na música que soa em seus fones verde florescente, que deve ter se esquecido de que está em público. Eu olho ao redor, e percebo que só eu estou surpreso com o show gratuito. Pelo visto, já estão acostumados.

De repente a garota deixa de lado sua guitarra invisível e leva a mão à orelha, enquanto balança a outra no ar com o indicador levantado. Realmente ela está curtindo a música. Queria saber quem está cantando para deixa-la desse jeito.

Meu sorriso se alarga quando percebo que além de maluquinha, ela também é uma gatinha. Mesmo vestida com esse short de pugilista e com a blusa do Chapolin Colorado.

Acho que a melhor parte da música começou a tocar, pois a Polegar Vermelho simplesmente fecha os olhos e se esquece de tudo ao seu redor, principalmente, em prestar a atenção por onde anda.

Amor à última vista Onde histórias criam vida. Descubra agora